Neymar resolve problema criativo, mas minimiza brilho: "queremos ganhar"
Fernando Duarte
Do UOL, em Fortaleza
Dois momentos de brilho individual de Neymar ajudaram a seleção brasileira a sair de um impasse criativo que criou dificuldades para a equipe na partida contra o México na tarde desta quarta-feira, pela Copa das Confederações. Após ser eleito mais uma vez como o melhor em campo, o camisa 10 minimizou seus feitos individuais - um golaço e uma bela assistência - no triunfo por 2 a 0 sobre os mexicanos.
"Nosso time está merecendo. Independente de quem faz os gols, quem é o cara da partida. Isso é fora do que queremos, que é jogar bem, vencer e se entregar. Nosso time demonstra isso e cresce a cada jogo" ,disse Neymar na saída do gramado.
Numa tarde em que Oscar, o principal articulador de jogadas à disposição de Luiz Felipe Scolari, teve atuação apagada, o atacante do Barcelona decidiu o jogo em dois lances individuais.
No primeiro, teve precisão e oportunismo para arrematar de primeira uma rebatida de um cruzamento inicialmente inócuo de Daniel Alves. No gol que fechou o placar, deu lindo drible por entre as pernas do marcador e cruzou na medida para Jô marcar.
Depois de um período de seca na seleção contra grandes equipes – em sete jogos na segunda Era Felipão havia marcado apenas no amistoso contra a Bolívia -, Neymar desencantou justamente numa competição oficial. Artilheiro da seleção pós-Dunga, ele agora tem 23 em 35 partidas, tendo também aberto o placar na vitória por 3 a 0 sobre o Japão.
Neymar aproveitou para enaltecer a participação da torcida cearense no estádio do Castelão, em Fortaleza. O atacante, aliás, foi literalmente para os braços da torcida ao final da partida.
"É sempre maravilhoso, fomos recebidos muito bem e eles nos dão confiança. O hino mais uma vez foi emocionante e dentro de campo a gente resolve", afirmou o atacante, que foi literalmente para a galera, quando foi abraçado pelos torcedores.
O atacante ainda brincou ao comparar seu drible na jogada do segundo gol marcada por Jô com o de Robinho, em uma partida contra o Equador, no Maracanã, em 2007.
"O do Robinho foi mais bonito, a pintura dele é mais cara", brincou o camisa 10 da seleção brasileira.
Diante de um México que nos últimos anos causou grandes problemas para o Brasil, Neymar mostrou muito mais confiança. Com mais ajuda de Oscar e Hulk, poderia ter criado mais problemas para os mexicanos.
A parceria com Marcelo assusta indo à frente, mas também deixa espaços, algo que Felipão vai precisar resolver para evitar que equipes mais acertadas punam o Brasil. Ter Neymar mais "acordado", porém, já é um problema a menos para Felipão resolver antes de enfrentar a Itália em Salvador.