De olho no cofre

Governo divide Maracanã e esconde metade inacabada em evento-teste

Pedro Ivo Almeida, Vinicius Castro e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

As 27 mil pessoas que foram ao Maracanã neste sábado, dia do primeiro teste para a Copa das Confederações, viram dois estádios: um moderno, confortável e bem equipado para atender ao público; e outro fechado, em obras e sem condições algumas de receber torcedores.

Dividido em dois, o futuro palco da final da Copa do Mundo de 2014 abriu neste final de semana só sua metade pronta a convidados e imprensa. A segunda metade, a inacabada, foi escondida por tapumes e um esquema de segurança rigoroso, que impediu a movimentação de todos que assistiram ao amistoso entre amigos de Ronaldo e Bebeto.

Todos os espectadores, evidentemente, foram acomodados na metade pronta do Maracanã. Sentaram-se em cadeiras, desfrutaram de sistemas de som e iluminação excelentes, além de banheiros e bares dignos de um estádio de Copa.

Das suas cadeiras, porém, eles puderam ver, ainda que ao longe, a metade ainda em obras do Maracanã. Viram cabines de imprensa em construção, arquibancadas sem cadeiras e até banheiros químicos que serão usados no dia-a-dia da reforma do estádio, que ainda não foi concluída, ao contrário do que havia sido prometido pelo governo do Rio.

Do lado de fora, na metade inacabada, viram também montanhas de entulho, tratores e materiais de construção fechando alguns dos principais acessos do estádio. Passaram, inclusive, por calçadas que na noite do primeiro teste ainda eram terra pura.

Apesar disso tudo, quem foi ao estádio fez mais elogios que reclamações. Os shows na reabertura do Maracanã agradaram e o amistoso com ex-craques também. Teve 13 gols e terminou 8 a 5 para o time de Ronaldo  “É muito bom estar aqui depois de tudo o que fizemos”, afirmou José Clementino Santos Neto, operário convidado.

Os maiores problemas da reabertura do Maracanã foram a falta de transporte no final do jogo, a segurança e a estrutura precária oferecida à imprensa.

O que deu certo?

Gramado
Com a manutenção em dia, o gramado do novo Maracanã foi um dos destaques da festa de reabertura. O estádio apresentou um autêntico tapete verde e proporcionou belas jogadas durante a partida festiva. Em uma delas, Ronaldo aplicou o drible do elástico e marcou um gol.

Som, imagem e iluminação
Talvez o principal destaque da festa de reabertura. Acostumado com a situação precária no antigo Maracanã, o torcedor pôde acompanhar todos os detalhes através de quatro telões de alta definição. Além disso, o sistema de som e iluminação esteve impecável.

Conforto
O torcedor teve conforto para assistir ao amistoso de confraternização. As novas cadeiras dobráveis agradaram bastante e proporcionaram tranquilidade aos operários que ajudaram a reerguer o estádio. Os lugares também foram respeitados.

O que não deu certo?

Mobilidade
Os torcedores reclamaram bastante das ruas fechadas e dificuldade para chegar ao Maracanã. A mobilidade foi um dos pontos que deixou a desejar na festa de reinauguração do estádio. O problema se repetiu na saída da nova arena e chateou os convidados.

Segurança
As manifestações do lado de fora do Maracanã incomodaram os pedestres. Os confrontos com a Polícia Militar deixaram feridos e alguns manifestantes foram presos. O episódio assustou famílias que passavam pelo local. Os cambistas também atuaram livremente no entorno do estádio.

Imprensa
Os jornalistas tiveram estrutura reduzida para trabalhar. O estádio dispôs de uma rede sem fio de internet. Porém, não havia tomada para carregar equipamentos. Além disso, a circulação pela parte interna do Maracanã foi limitada e barrada com truculência pelos seguranças.

CRONOLOGIA MARACANÃ: RELEMBRE A HISTÓRIA DO ESTÁDIO

Obras no Maracanã
Obras no Maracanã


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