De olho no cofre

Contrato de reforma do Maracanã tem 8° aditivo e adequação para Copa já custa R$ 940 mi

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Divulgação

    A reforma do Maracanã está 80% concluída, segundo o governo do Rio de Janeiro

    A reforma do Maracanã está 80% concluída, segundo o governo do Rio de Janeiro

O contrato para a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 recebeu no mês passado seu oitavo aditivo. Com isso, o valor comprometido pelo governo do Rio de Janeiro para adequar o estádio às exigências da Fifa chegou R$ 940,3 milhões. Isso é cerca de 30% a mais do que o informado na versão da Matriz de Responsabilidades do Mundial de janeiro de 2011.

QUANTO CUSTA O MARACANÃ

Item Valor
Reforma principal R$ 859,9 mi
Reajuste mai/2012 R$ 7,5 mi
Reajuste ago/2012 R$ 29,9 mi
Gerenciamento da obra R$ 23,5 mi
Obras complementares R$ 19,5 mi
Total R$ 940,3 mi

Desse total, R$ 859,9 milhões serão gastos só com a reforma do estádio. O valor consta do oitavo aditivo do contrato firmado com o Consórcio Maracanã Rio 2014, assinado no dia 8 de novembro pelo secretário de Obras do Estado do Rio de Janeiro, Hudson Braga.

Esse contrato, porém, já recebeu duas correções monetárias: uma em maio deste ano e outra em agosto. Na primeira, o governo do Rio de Janeiro pagou mais R$ 7,5 milhões ao consórcio responsável pela obra e, na segunda, mais R$ 29,9 milhões.

Com os dois reajustes, a principal obra no Maracanã para a Copa do Mundo já custa mais de R$ 897 milhões.

Os custos para a adequação do estádio para o Mundial, entretanto, não param por aí. Para conseguir os financiamentos necessários para pagar a reforma do estádio, o governo do Rio de Janeiro foi obrigado a contratar uma empresa de gerenciamento de obras. Essa empresa faz os relatórios que baseiam a liberação dos recursos dos empréstimos destinados à reforma.

Uma licitação independente para a contratação dessa gerenciadora foi feita. A empresa Sondotécnica Engenharia de Solos venceu a concorrência e firmou um contrato de R$ 23,5 milhões com o governo do Rio de Janeiro para fiscalizar a reforma do Maracanã.

Por fim, em novembro, o governo abriu uma nova licitação para contratar a execução de algumas obras necessárias no Maracanã e que não haviam sido incluídas no contrato da reforma principal. A concorrência pública ainda está em andamento. Ela vai definir a empresa que construirá as bilheterias e locais para as catracas do Maracanã, entre outras coisas.

PRIVADO POR R$ 7 MILHÕES POR ANO

  • Ministério do Esporte/Portal da Copa

    O governo do Rio de Janeiro divulgou as primeiras informações sobre o processo de privatização do Maracanã. A administração do estádio será repassada à iniciativa privada no ano que vem, antes da reinauguração da arena. Pela concessão, o Estado ganhará cerca de R$ 7 milhões por ano.

O governo do Rio de Janeiro já divulgou quanto pretende gastar com essa licitação-extra: R$ 19,5 milhões. Caso esse valor se confirme, o custo para fazer tudo que é necessário para que o Maracanã receba jogos da Copa chegará a R$ 940,3 milhões.

Esse valor é bem próximo a um custo vetado pelo TCU (Tribunal de Contas da União). No ano passado, o órgão auditou o projeto executivo da reforma do estádio e encontrou sobrepreços. Naquela oportunidade, o custo da obra no Maracanã estava estimado em R$ 957 milhões –R$ 17 milhões a mais do que o governo pretende gastar hoje no estádio.

O TCU, então, determinou a adequação do projeto e reduziu o custo da reforma em R$ 163,4 milhões. O orçamento do projeto foi reduzido para R$ 859,9 milhões, mas neste valor não estão incluídos os reajustes, as obras-extras e o contrato com a fiscalizadora independente.

Procurada para comentar o custo das obras no Maracanã, a Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro) informou que os reajustes pagos estão previstos em lei.

A Emop informou também que o contrato com a fiscalizadora da obra serve "para apoio técnico para o atendimento às demandas normalmente exigidas por eventuais contratos e financiamentos, tais como os do BNDES e da CAF [bancos que emprestaram dinheiro para a reforma do Maracanã]." Já sobre as obras-extras, o órgão informou que elas são "obras complementares" à reforma principal.

Ainda de acordo a Emop, apesar da contratação das obras-extras e da empresa fiscalizadora serem necessárias para a adequação do Maracanã para a Copa do Mundo, esses dois contratos não têm relação com a reforma do estádio.

Obras da Copa
Obras da Copa

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