Presidente da CBF ignora escândalo de vice e diz que só fala sobre treinador em janeiro
Gustavo Franceschini, Pedro Ivo Almeida, Vinicius Castro e Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Flávio Florido 7.nov.2012/UOL
José Maria Marin afirmou que divulgará novo treinador da seleção brasileira apenas em 2013
José Maria Marin, presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014), fez nesta segunda-feira sua primeira aparição pública desde a decisão, tomada na semana passada de demitir o técnico Mano Menezes. Desde então, viu as especulações sobre o novo treinador crescerem e seu vice, Marco Polo del Nero, ser alvo de uma investigação da Polícia Federal. Na abertura da Soccerex, feira de futebol que acontece no Rio de Janeiro, ele deixou o lado brincalhão de lado. Sob muito tumulto, ignorou o escândalo do colega dirigente e apenas adiou sua decisão sobre o novo técnico para janeiro de 2013.
"Acho que esse é um assunto importante para ser debatido, mas que eu só vou tratar em janeiro", resumiu José Maria Marin, cercado de seguranças e sob intensa pressão de jornalistas.
O cartola compôs a primeira mesa do dia na feira, ao lado de Aldo Rebelo, ministro do Esporte; Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, governador e vice-governador do Rio de Janeiro; o ex-jogador Ronaldo; e dirigentes da própria Soccerex.
José Maria Marin, presidente da CBF
Em seu discurso, não fez brincadeiras ou improvisou, como costuma fazer. Pelo contrário. Ciente do interesse da imprensa sobre os assuntos mais polêmicos do dia, ele se ateve a um discurso oficial que apenas exaltou os benefícios da Copa do Mundo de 2014.
"Queremos uma nova era no tratamento ao torcedor brasileiro. Vamos combater os vândalos e trazer de volta as famílias aos estádios, com segurança inteligente", disse Marin, em sua intervenção.
Na semana passada, Marin tomou a decisão mais importante desde que herdou a CBF de Ricardo Teixeira, no início deste ano. Em uma decisão surpreendente, ele demitiu o técnico Mano Menezes, sob protestos de Andrés Sanchez, diretor de seleções, e com o apoio de Marco Polo del Nero, vice-presidente da entidade e seu padrinho político no futebol.
Nesta segunda, um outro tema surgiu e roubou a atenção da mídia. Del Nero, apontado como provável candidato à presidência da CBF em 2014, teve seu computador apreendido em uma operação da Polícia Federal na qual ele é investigado.