Cinco obras em aeroportos para Copa não começaram; atraso encarece custo

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

  • Bruno Alencastro/Agência RBS

    Vista de um dia complicado no Aeroporto Salgado Filho (RS), onde uma obra está atrasada 20 meses

    Vista de um dia complicado no Aeroporto Salgado Filho (RS), onde uma obra está atrasada 20 meses

Cinco obras de reforma e ampliação em aeroportos previstas inicialmente para ficarem prontas até o fim de 2013, que são parte do plano brasileiro de preparação para a Copa do Mundo de 2014, ainda não saíram do papel. Juntas, elas acumulam 57 meses de atraso em relação às primeiras datas anunciadas pela Infraero (empresa estatal brasileira que coordena os projetos), em janeiro de 2010 (veja quadro ao lado).   
Esses dados podem ser verificados ao confrontar o último relatório de acompanhamento de obras da Copa do TCU (Tribunal de Contas da União), divulgado na última quinta-feira, com a versão de janeiro de 2011 da Matriz de Responsabilidades da Copa, compromisso assinado por União, Estados e municípios que irão sediar os jogos do Mundial de 2014.

AS OBRAS QUE AINDA NÃO COMEÇARAM

Aeroporto Obra Data de início originalmente prevista
Confins (MG) Reforma e ampliação da pista de pouso e do sistema de pátios Abril de 2012
Afonso Pena (PR) Ampliação do terminal de passageiros e ampliação do sistema viário* Janeiro de 2012
Recife (PE) Construção de nova torre de controle* Agosto de 2011
Salgado Filho (RS) Reforma e ampliação do terminal de passageiros Julho de 2012
Salgado Filho (RS) Ampliação da pista de pouso e decolagem* Março de 2011
  • * Obras em que a Infraero já adiou a data de entrega
  • Fontes: TCU e Ministério do Esporte

Desde então, o compromisso vem sofrendo sucessivas alterações, via de regra empurrando para frente a previsão de início e entrega das obras, e jogando para cima a previsão de custo das empreitadas,

Intervenções nos aeroportos de Confins (MG), Salgado Filho (RS), Guararapes (PE) e Afonso Pena (PR) que já deveriam ter começado e tinham previsão de entrega até dezembro de 2013 ainda não tiveram início e dificilmente, segundo avalia o TCU, estarão prontas até junho de 2014, data da Copa do Mundo no Brasil.

A Infraero admite que houve "readequação de projetos e alterações de planejamento" que levaram a mudanças nas datas de previsão de entrega, mas afirma que todos os aeroportos brasileiros estarão em condições de receber os turistas da Copa em 2014.

No Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), o atraso em uma das obras previstas já é de 20 meses. A ampliação da pista de pouso e decolagem, que ainda não começou, deveria ter sido iniciada em março de 2011, de acordo com o primeiro plano traçado pelas autoridades federais.

Trata-se da ampliação da pista de pousos e decolagens, dos atuais 2.280 metros para 3.200 metros, necessária para permitir a tráfego de aviões de grande porte. 

O projeto amarga uma sucessão de adiamentos. Em janeiro do ano passado, o Exército Brasileiro deu início à elaboração de um plano de reforma, com o compromisso de entregá-lo dois meses depois. Não foi o que ocorreu.

A data de entrega foi alterada para julho, setembro, dezembro de 2011 e, finalmente, fevereiro deste ano. Acabou entregando em março para a Infraero, quando foram sugeridas mais avaliações técnicas.

O atraso deverá comprometer a meta de concluir os trabalhos até dezembro de 2013. Em fevereiro deste ano,  superintendente da Infraero no Rio Grande do Sul, Jorge Herdina, calculou que, para entregar a obra o prazo, as atividades deveriam ter início em julho deste ano, o que não ocorreu.

No Aeroporto Afonso Pena, na Grande Curitiba (PR), há outra situação extrema. Lá, apenas 30% dos trabalhos estarão concluídos até o início da Copa. Quando os turistas chegarem à capital paranaense, que sediará quatro partidas do Mundial de futebol, encontrarão um aeroporto em obras.

Inicialmente orçada em R$ 41,3 milhões e programada para ter início em janeiro deste ano, a intervenção sofreu sucessivos atrasos, alterações no projeto e até cancelamento de contrato após realização de concorrência e pagamento de R$ 313 mil por parte da Infraero (estatal brasileira responsável pela obra), dinheiro que não voltará aos cofres da empresa pública.

Obras para a Copa de 2014
Obras para a Copa de 2014

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