Manifestantes preparam ato contra privatização em audiência pública sobre Maracanã

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Arena

    Sessão desta noite deve ser última oportunidade da população opinar sobre futuro do estádio

    Sessão desta noite deve ser última oportunidade da população opinar sobre futuro do estádio

Uma manifestação contra a privatização do Maracanã está marcada para a noite desta quinta-feira. A partir das 18h, o governo do Rio de Janeiro realiza uma audiência pública para discutir a concessão do estádio e seus anexos. Atletas, índios e pessoas contrárias ao repasse do complexo esportivo à iniciativa privada pretendem barrar o projeto se manifestando na sessão.

A partir das 16h30, eles já estarão reunidos no centro do Rio. Todos devem chegar juntos ao Galpão da Cidadania, na região portuária, local da audiência sobre a privatização.

No protesto, é esperada a participação de pessoas que treinam no Parque Aquático Julio Delamare e Estádio de Atletismo Célio de Barros, espaços que devem ser demolidos e reconstruídos em outro local por causa da concessão do Maracanã. Indígenas que ocupam o antigo Museu do Índio também devem protestar contra a demolição do prédio por conta das novas obras que devem ser feitas no estádio.

Já estudantes e pais de alunos da Escola Municipal Friedenreich pretendem entregar a membros do governo um abaixo-assinado contra o projeto de concessão que já conta com o apoio de 13 mil pessoas. A Friedenreich é uma das melhores escolas públicas do Rio de Janeiro e deve ser demolida na privatização do Maracanã.

PRIVADO POR R$ 7 MILHÕES POR ANO

  • Ministério do Esporte/Portal da Copa

    O governo do Rio de Janeiro divulgou as primeiras informações sobre o processo de privatização do Maracanã. A administração do estádio será repassada à iniciativa privada no ano que vem, antes da reinauguração da arena. Pela concessão, o Estado ganhará cerca de R$ 7 milhões por ano.

O Comitê Popular da Copa do Rio de Janeiro também vai se manifestar na audiência. O grupo é contra a privatização do complexo esportivo do estádio. Suspeitas de favorecimento à empresa de Eike Batista, a IMX, nos preparativos da privatização serão colocadas em discussão na audiência pelo movimento.

A audiência pública será a última oportunidade da população opinar sobre a privatização do Maracanã. Dentro de dez dias, o governo do Rio pretende divulgar o edital definitivo da licitação que definirá a companhia que administrará o complexo esportivo pelos próximos 35 anos.

Uma versão preliminar desse edital já foi publicada. De acordo com ela e outros dados fornecidos pelo governo, o Maracanã será concedido em troca de R$ 7 milhões por ano.

Esse é o valor estimado da outorga anual que terá de ser paga ao Estado do Rio de Janeiro. O governo espera receber 33 parcelas desse montante. Portanto, terá direito a R$ 231 milhões para a abrir mão do controle do Maracanã, do Julio Delamare, do Célio de Barros e do Maracanãzinho.

Esse valor é menos de 26% do que o próprio governo já comprometeu com a reforma do estádio para a Copa do Mundo de 2014. Contando com a licitação-extra para obras no estádio aberta em outubro, a adequação do Maracanã para o Mundial já custa quase R$ 889 milhões.

Todo esse valor está sendo pago com recursos públicos. Um empréstimo do BNDES e outro da Corporação Andina de Fomento (CAF) ajudam a financiar a obra.

O Maracanã será palco das finais da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo de 2014. Se tudo correr como o governo espera, após o torneio-teste do Mundial, a administração do estádio já terá sido repassada a uma empresa.

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