Aos poucos, o governo do Rio de Janeiro começa a revelar quais os seus planos para as cadeiras cativas do Maracanã durante a Copa do Mundo. Nesta quarta-feira, a secretária estadual de Esporte e Lazer, Márcia Lins, anunciou que proprietários dos assentos não terão seus direitos preservados durante o torneio. Segundo ela, porém, ainda está discussão no governo uma forma de possibilitar que donos das cativas possam assistir aos jogos do Mundial.

"A Copa do Mundo não é uma condição normal", disse ela. "Os direitos sobre o estádio [no caso, o Maracanã] serão repassados à Fifa, inclusive sobre as cativas."

Historicamente, os donos das cativas (também chamadas de perpétuas) têm direito de entrar em qualquer evento realizado no Maracanã. Esse direito será preservado após a privatização do estádio, segundo a secretária. Contudo, para a Copa do Mundo, não.

Lins disse que o governo discute formas de possibilitar que os donos das cadeiras assistam aos jogos da Copa. O Estado poderia, por exemplo, comprar ingressos para as partidas e cedê-los aos proprietários das cadeiras. Isso, entretanto, não está definido.

O anúncio sobre as cativas foi feito no mesmo dia em que o governo relevou um acordo com a Coca-Cola para a finalização das obras do Maracanã. A empresa de refrigerantes, que é patrocinadora oficial da Copa do Mundo, vai coletar garrafas de plástico que serão recicladas e transformadas em um tecido que forrará 6.700 assentos do estádio.

Lins também confirmou que as obras no Maracanã não terminarão em 28 de fevereiro. Segundo ela, antes de março, serão entregues a estrutura do estádio, cobertura, campo, arquibancadas, etc. Depois disso, o estádio permanecerá em obras para construção de estruturas não previstas no contrato firmado em 2010 com o Consórcio Maracanã 2014.

A licitação para essas obras adicionais já foi aberta pelo governo do Rio. De acordo com o aviso publicado em Diário Oficial, elas custarão R$ 19,5 milhões e devem estar prontas até abril.

Ícaro Moreno, presidente da Emop (Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro) acredita, no entanto, que é possível que essas obras sejam entregues no início de março. Isso, porém, dependerá no adiantamento do cronograma que será tocado pela empresa contratada.