Kaká volta à seleção "quase invisível" e diz não conhecer pessoalmente Neymar e muitos outros
Fernando Duarte
de Wroclaw (Polônia)
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Fernando Duarte/UOL
Kaká no hotel na chegada da seleção brasileira à Polônia
Não houve festa para a volta de Kaká. Sem a presença de torcedores ou mesmo curiosos e diante de um número de jornalistas demasiadamente tímido para o ''circo'' da seleção brasileira, o meia do Real Madrid reiniciou sua história com a camisa amarela ao adentrar no início da tarde dessa segunda-feira o saguão do hotel Radison Blu de Wroclaw.
E reforçou o tom da chegada ao desconversar diante de perguntas sobre a extensão de seu retorno à seleção para os jogos contra o Iraque e o Japão, os primeiros desde a partida contra a Holanda, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2010. Para o jogador do Real Madrid, o momento é de uma cautela alegre.
Kaká
''É preciso ter calma. Não dá para pensar em Copa do Mundo agora num momento em que estou voltando depois de dois anos e meio longe da seleção. Mas é um recomeço e estou feliz por voltar.'', afirmou o jogador.
Apesar de ter se livrado das seguidas lesões que desde antes do último Mundial afetaram sua forma física e técnica, Kaká ainda não conseguiu se firmar na equipe principal do Real Madrid, ao ponto de ter atuado por apenas 10 minutos no clássico de domingo contra o Barcelona (empate de 2 a 2 no Camp Nou). Ele também tem atuado em uma posição mais avançada do que costumava jogar na seleção anteriormente.
No entanto, o jogador minimizou os potenciais problemas, ainda que também tenha feito questão de baixar expectativas.
"Sinto-me bem fisicamente e tecnicamente. Não tenho lesão há quase um ano, venho treinando bem e conseguindo mais oportunidades no Real. Estou chegando para dividir a responsabilidade. A seleção está com jogadores novos, mas que já têm um peso forte. O grupo tem potencial para ser vencedor'', explicou o agora veterano da seleção (30 anos), que fora chamado por Mano no final de 2011 para os amitosos contra Gabão e Egito, mas acabou cortado por conta de uma lesão muscular.
Durante o período dos amistosos, Kaká passará pela situação curiosa de conhecer jogadores que cresceram vendo-o jogar. Inclusive aquele que é o maior ídolo da seleção de agora: Neymar.
''Muitos eu não conheço pessoalmente. O Neymar, por exemplo, não o conheço. Já tive com o Lucas quando visitei o São Paulo recentemente. Venho numa situação diferente de quando cheguei à seleção pela primeira vez e encontrei alguns dos meus ídolos'', analisou Kaká, que deverá começar jogando pelo menos uma das partidas, de acordo com que o treinador Mano Menezes disse há duas semanas quando anunciou a convocação.
A seleção enfrenta o Iraque na quinta-feira, em Malmo, na Suécia, e na terça mede forças com o Japão, em Wroclaw.