Edital de privatização do Maracanã sai mês que vem; Fla e Flu fazem planos para estádio

Pedro Ivo Almeida, Renan Rodrigues e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Marizilda Cruppe/BBC Brasil

    Maracanã deve ser reinaugurado em fevereiro do ano que vem já sob controle privado

    Maracanã deve ser reinaugurado em fevereiro do ano que vem já sob controle privado

O governo do Rio de Janeiro vai lançar no mês que vem o edital para privatização da administração do Maracanã. O estádio, que está sendo reformado para a Copa do Mundo de 2014, deve ser reaberto em fevereiro de 2013 já sob controle de uma entidade privada.

O empresário Eike Batista é um dos que já declarou interesse em assumir o Maracanã. Flamengo e Fluminense também estão elaborando projetos para entrar na disputa pelo estádio.

CONHEÇA OS PLANOS DE FLAMENGO E FLUMINENSE PARA O MARACANÃ

Flamengo Fluminense
O clube pretende disputar a licitação para assumir o controle do estádio O Fluminense também deve disputar a licitação
A forma como ele entrará na disputa ainda não está completamente definida O clube deve criar o programa "sócio-futebol" para obter mais receita, já contando com o Maracanã
O clube busca uma empresa parceira para que possa concorrer pelo controle do estádio Clube não descarta dividir a administração do estádio com uma empresa parceira
Companhias do grupo do empresário Eike Batista seriam favoritas na parceria No caso do Fluminense, qual empresa formaria essa parceria ainda não foi definida
Flamengo não pretende dividir com outro clube o controle do estádio O clube também estuda a possibilidade de dividir a administração do estádio com outro clube

Apesar de ainda não terem muitas informações sobre como a concessão será feita, ambos os clubes têm planos para o Maracanã. O Flamengo, por exemplo, deve buscar parcerias com empresas para tentar levar a licitação e controlar o estádio. O próprio Eike Batista é um dos cotados para se unir ao clube. Ninguém no Flamengo, porém, confirma essa negociação.

Já o Fluminense ainda não definiu como pretende disputar o controle do estádio. Entretanto, está estruturando um programa de "sócio-futebol" que pode atrair mais torcedores para os jogos do clube, que devem voltar a ser disputados no estádio mais popular do Rio de Janeiro.

ENTREVISTA COM PRESIDENTE DO FLU

Confira o que presidente do Fluminense, Peter Siemsen, pensa sobre a privatização do Maracanã
UOL: A demora do governo do RJ em fornecer detalhes da licitação atrapalha?
Peter Siemsen: É difícil. O clube vive de receita e tentamos fazer um planejamento de longo prazo. Essa incerteza em relação ao modelo e ao estádio prejudica. Temos pouca informação para pensar em projetos que consigam garantir um fôlego financeiro. Mas parece que em outubro teremos uma audiência e as coisas ficarão mais claras.
UOL: O Maracanã era um estádio caro antes do seu fechamento. Com o aluguel superior até ao do Engenhão. A torcida do Fluminense tem a 15ª média de público. Essa conta fecha?
Peter Siemsen: Teremos que avaliar o custo de operação do estádio. Ele sofreu muitas modificações e ainda não sabemos como será sua manutenção e os valores. Mas acredito que ele também atrairá mais público. Com as informações da audiência poderemos nos programar.
UOL: Qual o melhor modelo para trabalhar no Maracanã? Em parceria com o Flamengo, com uma empresa, como arrendador...?
Peter Siemsen: Acho que o melhor seria uma negociação onde os times cooperem nos eventos e jogos. Tem que ser de uma forma que possamos usar nosso sistema de sócio-torcedor, eventualmente o sócio-futebol (que ainda precisa ser aprovado) e podendo fazer do jogo um evento completo, que tenha atrações. Agora se será dividindo com o Flamengo, com a administração de uma empresa, isso só poderemos afirmar quando tivermos mais informações.

O presidente do Fluminense, Peter Siemsen, afirmou ao UOL que a criação do programa deve ser votado pelo Conselho Deliberativo do clube também no mês que vem. Segundo ele, o "sócio-futebol" terá direito a voto, acesso ilimitado ao clube e prioridade na compra de ingressos.

Siemsen ainda reclamou da falta de informações sobre a privatização do Maracanã. Para ele, isso atrapalha a estruturação dos planos do Fluminense. "O clube vive de receita e tentamos fazer um planejamento de longo prazo. Essa incerteza em relação ao modelo e ao estádio prejudica."

De acordo com o governo do Rio de Janeiro, a incerteza não deve durar muito tempo. Assim que o edital de licitação do Maracanã for publicado, uma audiência pública será convocada e todos os interessados, incluindo os clubes, poderão esclarecer dúvidas sobre a privatização.

Por enquanto, detalhes sobre o processo são confidencias. No início deste ano, o governo do Rio de Janeiro publicou um edital pedindo que empresas elaborassem projetos para a privatização da administração do Maracanã. Só a IMX, uma das companhias de Eike Batista, fez tal estudo. Nem o governo nem a empresa revelam o conteúdo dele.

Sabe-se só que é com base nas informações repassadas pela IMX que o governo fluminense estrutura a licitação do Maracanã. Segundo o governo do Rio de Janeiro, caso a IMX também decida entrar na disputa pelo controle do Maracanã, ela não terá qualquer tipo de vantagem ou privilégio.

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