Sem data para ser erguido, novo CT da seleção hoje abriga mato alto, barro e formigas
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Vinicius Konchinski/UOL
Entulho se acumula em terreno em que CBF pretende construir CT da seleção para Copa de 2014
A saída de Ricardo Teixeira da presidência da CBF deixou órfãos alguns projetos do dirigente. O maior deles é a construção do novo CT da seleção brasileira, na Barra da Tijuca. Anunciada em 2009, a obra nem começou a sair do papel. O local, que deveria ficar pronto no final do ano, hoje abriga apenas barro, mato alto, lixo, entulhos e formigueiros.
PLANO ARROJADO, MAS COMPLICADO
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A CBF anunciou em setembro de 2009 seu plano de construir uma nova sede e um CT para seleção brasileira na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Uma briga judicial com posseiros impediu a obra por dois anos. Agora, o custo pode atrapalhar.
O novo presidente da CBF, José Maria Marin, já disse que precisa de mais tempo para pensar sobre o que fazer com o projeto. O custo do CT e a péssima situação do terreno são o que mais assusta o dirigente.
O terreno comprado pela CBF por R$ 26 milhões para ser a base da seleção na Copa de 2014 é um pântano, na beira de uma lagoa da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A área é valorizada, fica ao lado do futuro Parque Olímpico, mas exige grandes investimentos para que possa abrigar tudo o que a CBF planejou. Segundo Marin, uma "fortuna" seria gasta caso o projeto seja levado adiante.
Só o CT da seleção teria mais de 12 mil metros quadrados de área e três campos de futebol, além de centros de fisioterapia e condicionamento físico. A estrutura substituiria a Granja Comary, em Teresópolis, antiga casa da seleção.
Fora o CT da seleção, a CBF ainda quer construir no mesmo terreno um museu, um hotel e sua nova sede –um prédio com 5 mil metros quadrados.
Um estudo das características do terreno já foi encomendado pela confederação para avaliar as medidas necessárias para as obras. Com base nele, a CBF vai calcular o custo do seu plano e pode até modificar o projeto
Caso queria insistir na obra, a CBF ainda terá de pagar R$ 983 mil para a Prefeitura do Rio de Janeiro. De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente do Rio, o valor é uma medida compensatória que a confederação teria de arcar pelas árvores que terá de derrubar para a obra. O pagamento é essencial para que CBF obtenha sua Licença Municipal de Instalação.
Enquanto nada disso é feito, o terreno comprado pela confederação permanece praticamente abandonado. A área de cerca de 90 mil metros quadrados está quase toda coberta por mato alto, que cresce em cima de um solo úmido, de onde verte água o tempo todo.
Não se vê nenhum sinal de obra no terreno. Até a pedra fundamental do CT, inaugurada em festa que reuniu prefeito, governador e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi retirada, de acordo com os policiais do 31º Batalhão da Polícia Militar, que fica ao lado da área.
No único campo de futebol existente ali, crescem formigueiros e surgem buracos. O entulho e o lixo também se acumulam no local, que atualmente não é usado para nada.
A CBF, entretanto, ainda não desistiu oficialmente de entregar a obra antes da Copa de 2014. Segundo a entidade, 13 meses bastam para levantar tudo o que foi projetado para a área. Contudo, ainda não existe nenhuma previsão de quando a obra deve começar.
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