O Brasil na Copa

Pancadaria contra Hungria marca o adeus brasileiro na estreia da amarelinha

Brasão do Brasil

Brasil Pancadaria contra Hungria marca o adeus brasileiro na estreia da "amarelinha"

Esquecer a tragédia na final da Copa de 1950. Foi com esse pensamento que o Brasil embarcou para a Suíça. Do time vice-campeão, apenas seis jogadores continuaram na seleção: o goleiro Castilho, o zagueiro Nilton Santos, os meias Ely e Bauer, e os atacantes Baltazar e Rodrigues.

Até o uniforme foi mudado. A famosa camisa amarela fez a sua estreia em Copas, substituindo a branca, considerada um dos fatores de "azar" na derrota para o Uruguai, em 1950. O técnico também mudou. Flavio Costa deu lugar ao autoritário Zezé Moreira, que em 1952 dera ao Brasil o seu primeiro título oficial internacional - o Pan-Americano do Chile.

As novidades do novo treinador eram o esquema 4-3-3 (recuando o ponteiro Telê Santana para ajudar no meio-campo) e a marcação por zona. Como aconteceu em 1950, o primeiro adversário foi o México. E a seleção brasileira venceu com facilidade: 5 a 0. Pinga, duas vezes, Baltazar, Didi e Julinho marcaram os gols do Brasil.

O segundo jogo da seleção brasileira foi contra a Iugoslávia. O empate em 1 a 1 classificaria as duas equipes, mas o Brasil continuou pressionando, para desespero dos iugoslavos. No final do jogo, os brasileiros deixaram o campo chorando, pensando que haviam sido eliminados. O engano só foi desfeito quando todos estavam nos vestiários.

Nas quartas de final, a rival foi a poderosa Hungria. O craque Puskas, astro húngaro, machucado, não jogou. Mesmo assim, sua equipe não deu chances aos Brasil, abrindo 2 a 0 em apenas sete minutos de bola rolando, com gols de Hidegkuti e Kocsis.

Djalma Santos, de pênalti, deu uma pequena esperança à torcida ao descontar o marcador, ainda no primeiro tempo. Mas o gol de Lantos, aos 15min do segundo tempo, colocou a Hungria de novo próxima das semifinais. Cinco minutos depois, Julinho Botelho voltou a descontar a favor do Brasil, que pressionava em busca do empate.

A partir dos 25min, porém, a partida descambou para a violência. Nilton Santos e Bozsik se agrediram e foram expulsos pelo árbitro Arthur Ellis (que fora bandeirinha na final em 1950). Minutos depois, Humberto acertou uma voadora em Lorant e deixou o Brasil com nove em campo. Aproveitando a vantagem numérica, Kocsis fechou o placar para a Hungria, aos 43min.

Nem mesmo o final da partida acalmou os ânimos. Os jogadores dos dois times voltaram a se enfrentar na saída do campo. Maurinho deu um soco em Czibor. Já no túnel, Puskas abriu a testa de Pinheiro com uma garrafada. Nem os técnicos escaparam. Zezé Moreira acertou Guzstav Sebes com uma chuteira. Por tudo isso, o confronto ficou conhecido como "A Batalha de Berna". Mais uma vergonha para os eliminados brasileiros antes da volta para casa.

Escalação da Seleção

Jogos disputados
3
Gols marcados
8
Gols sofridos
5
Remanescentes de 1950
6
  • "Não me interesso pela seleção dos outros." Zezé Moreira, técnico do Brasil, antes de enfrentar a Hungria; a seleção perdeu por 4 a 2 e foi eliminada

Data Fase Jogos
16/06/1954 1ª fase Brasil Brasil - Bandeira 5 x 0 México - Bandeira México
19/06/1954 1ª fase Brasil Brasil - Bandeira 1 x 1 Iugoslávia - Bandeira Iugoslávia
27/06/1954 Quartas Brasil Brasil - Bandeira 2 x 4 Hungria - Bandeira Hungria


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