O Brasil na Copa

Disputa entre paulistas e cariocas enfraquece a seleção na primeira Copa

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Brasil Disputa entre paulistas e cariocas enfraquece a seleção na primeira Copa

Na primeira Copa do Mundo, o Brasil nem de longe demonstrou que um dia seria a potência que é hoje no esporte. A seleção chegou ao Uruguai para a disputa do Mundial dividido e sem forças para lutar pelo título. A causa do racha era a briga entre paulistas e cariocas.

Capital do Brasil na época do Mundial, o Rio de Janeiro era o grande centro financeiro, social, cultural e artístico. Mas com a economia brasileira baseada no café, São Paulo crescia rapidamente e assumia o comando político do país.

A rivalidade crescente acabou se refletindo no futebol. A divergência entre a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), essencialmente carioca, não convidou membros da Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) para tomar parte da comissão técnica que iria ao Uruguai. Em retaliação, a Apea não permitiu que clubes de São Paulo liberassem jogadores à seleção. Apenas o atacante Araken Patuska conseguiu ir à Copa porque estava brigado com o seu time, o Santos.

Sem poder contar com craques como Friedenreich, Feitiço e Del Debbio, a seleção brasileira fez uma campanha medíocre na primeira Copa do Mundo da história. Logo na primeira partida foi derrotada pela Iugoslávia por 2 a 1. Nesse jogo, o Brasil sofreu dois gols no primeiro tempo e, apesar de ter conseguido descontar na etapa final com Preguinho, não teve forças para obter a virada.

A rivalidade dentro do país era tanta que, ao saber da derrota dos "cariocas" para a seleção iugoslava, uma pequena multidão aglomerou-se em frente aos jornais paulistas para comemorar a provável desclassificação do Brasil no Mundial.

Quando entrou em campo para a segunda partida, diante da Bolívia, a seleção brasileira já estava eliminada da Copa do Mundo, porque três dias antes os iugoslavos haviam goleado os bolivianos. Assim, sem compromisso, o Brasil conseguiu a sua primeira vitória na história do Mundial: 4 a 0, com dois gols de Moderato e outros dois de Preguinho.

Além da divisão entre Rio e São Paulo, a falta de experiência internacional e o rigoroso inverno uruguaio também foram apontados como causas do mau desempenho do Brasil. A famosa "tremedeira" de alguns jogadores diante dos zagueiros iugoslavos também foi imensamente divulgada na época da desclassificação precoce.

Além disso, ficou evidente a falta de preparação física dos brasileiros, que piorou graças à desgastante viagem de 15 dias de navio a Montevidéu, no Uruguai. Durante a curta estadia da seleção no Mundial, um jogador destacou-se: o volante Fausto, do Vasco, que ganhou o apelido de "Maravilha Negra" pelo futebol elegante apresentado.

Escalação da Seleção

Jogos disputados
2
Gols marcados
5
Gols sofridos
2
Viagem ao Uruguai
15 dias
Jogadores de fora do Rio
1
  • "Fiquem certos: voltaremos campeões do mundo!" Hermógenes, jogador carioca, na véspera da estreia da seleção brasileira, contra a Iugoslávia

Data Fase Jogos
14/07/1930 1ª fase Iugoslávia Iugoslávia - Bandeira 2 x 1 Brasil - Bandeira Brasil
20/07/1930 1ª fase Brasil Brasil - Bandeira 4 x 0 Bolívia - Bandeira Bolívia


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