AP Photo/Guillermo Arias

Maradona e jogadores da Argentina comemoram um gol contra o México

27/06/2010 - 19h14

Maradona 'rouba' a bola, prolonga entrevista e homenageia Valentino Rossi

Alexandre Sinato
Em Johanesburgo (África do Sul)

O espetáculo que a Argentina deu em campo foi repetido por Maradona na entrevista coletiva após a vitória por 3 a 1 sobre o México. O treinador estava descontrolado, no bom sentido. Esbanjou humor e fez tudo que menos se espera em uma coletiva de Copa do Mundo: retrucou o representante da Fifa para prolongar o papo com os jornalistas, recorreu às piadas com frequência e terminou em grande estilo, “roubando” a bola que enfeita o cenário.

Maradona deu indícios de como seria seu comportamento quando foi perguntado, em inglês, o que achava da Alemanha, adversário das quartas de final. “Eu quero curtir essa vitória contra o México, por que pensar na Alemanha agora? Amanhã eu penso neles. Por enquanto pode colocar o que você quiser sobre a Alemanha. Eu te dou carta livre para escrever o que achar melhor sobre isso.”

Depois de sete perguntas, o representante da Fifa agradeceu a todos e encerrou a entrevista. Maradona não se mexeu. Preferiu ficar mais. “Você já quer me tirar daqui? Aí eles [jornalistas] vão querer me matar”, disse o treinador, antes de cantarolar “una más” assim que o representante anunciou mais uma pergunta. E foram mais quatro.

O ídolo argentino também mostrou sua característica malandragem (e até um pouco de cinismo) quando perguntado sobre o gol escandalosamente impedido de Tevez. E se marcassem um gol assim contra a Argentina, como se sentiria? “Da mesma forma como me sinto quando vejo os pontapés que dão no Messi e o árbitro não marca nada. O Torrado poderia ter sido expulso. Os adversários nem miram a bola, escolhem a perna direita ou a esquerda para bater.”

Simpático, Maradona foi bastante elogiado por um jornalista italiano que lhe questionou sobre a diferença de enfrentar a Alemanha como técnico e como jogador. Aproveitou para ironizar todas as críticas que recebeu na turbulenta caminhada até a Copa e que agora se transformaram em elogios.

“Como treinador, eu não sabia praticamente nada e depois de quatro partidas me tornei outro”, respondeu em italiano, para logo em seguida homenagear o motociclista Valentino Rossi, ídolo no país europeu. “Dedico essa vitória ao Valentino.”

Feliz da vida com a classificação às quartas de final, Maradona se despediu de todos e encerrou com chave de ouro sua entrevista: "vou levar essa bola para mim". Pegou a Jabulani, pôs embaixo do braço e foi embora todo sorridente.

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