Após clamor por Romário em 2002, meninos do Santos revivem lobby por Copa

A pressão pública pela convocação de Paulo Henrique Ganso e Neymar faz Dunga se deparar com um fenômeno que não existiu há quatro anos, mas ganhou as manchetes antes da Copa disputada na Coreia do Sul e no Japão. Dunga viveu nas últimas semanas o mesmo que Luiz Felipe Scolari experimentou em 2002, quando o apelo por Romário foi parar até na Justiça.

Na oportunidade, o advogado José Luiz de Melo apelou aos tribunais para ver Romário na Copa. O pedido foi negado pelo juiz Marco Antonio Ibrahim, do Rio de Janeiro, que julgou a tentativa como “bizarro exibicionismo”. Mas o episódio foi o auge de uma longa novela.

Outro capítulo marcante foi protagonizado pelo próprio Romário. O atacante convocou uma entrevista coletiva para se desculpar com Scolari e pedir uma segunda chance. Diante das câmeras, o atacante foi às lágrimas.

Dias depois, o treinador deu a entender que as portas estavam abertas, mas o nome de Romário não apareceu na convocação final. Scolari riscou o atacante da lista por se sentir traído. Na Copa América de 2001, o jogador pediu dispensa da equipe para fazer uma cirurgia no olho, mas em vez disso apareceu em amistoso do Vasco no México e irritou o comandante da seleção. Resultado: ficou fora da “Família Scolari”.

“Existem duas versões dessa história. Uma é essa do problema no olho, e outra é sobre eu ter subido para um andar diferente no hotel em que a seleção estava para ir ao quarto de uma aeromoça. Sinceramente, nada disso aconteceu. Eu liguei para o Felipão e perguntei se ele tinha deixado de me convocar por causa de uma dessas coisas. Ele me disse que não tinha nada a ver”, revelou Romário.

Agora é a vez de Dunga ser bombardeado pelos nomes de Paulo Henrique Ganso e Neymar. A ousadia dos garotos do Santos em campo virou mania nacional. Eles são os destaques da equipe que faturou o Paulista, está nas semifinais da Copa do Brasil e distribuiu goleadas neste ano.

No entanto, Ganso e Neymar nunca foram convocados por Dunga. “Explodiram” apenas no primeiro semestre da atual temporada e lutam contra a lógica do treinador para realizarem o sonho de ir à Copa. A dupla não tem o peso histórico nem a fama de Romário, mas foi capaz de fazer um lobby nacional ressurgir às vésperas da Copa, algo que Carlos Alberto Parreira não enfrentou em 2006.

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