Clife (dir.) é diretor de escola de intercâmbio e promete vender ingressos para a Copa-2010
Chinelo brasileiro faz sucesso na Cidade do Cabo; moda entre os sul-africanos, custa cerca de R$ 50
Placa à beira mar mostra distância da Cidade do Cabo para outros locais: mais de 6 mil Km do Rio
A comunidade brasileira está crescendo na África do Sul. E a Cidade do Cabo é a “capital” desse fenômeno. Atraídos pelo clima, pelas festas e pelas praias, os brasileiros encontraram na cidade uma alternativa mais barata para fazer intercâmbio e aprender inglês. Em 2010, outro fator pode ser importante. Algumas escolas planejam virar verdadeiras “agências” para quem quer ver a Copa do Mundo.
Principal cidade turística do país, a Cidade do Cabo deve ser muito visitada no ano que vem. Por isso, encontrar acomodação será mais caro e mais difícil que o habitual. É aí que entram as escolas. Como já possuem estrutura para receber estudantes o ano inteiro, devem virar opção de hospedagem durante a Copa.
O maior alvo é justamente o público brasileiro. Embora a seleção de Dunga só possa jogar na cidade na segunda fase, equipes como Itália, França, Inglaterra, Holanda e Portugal têm compromissos na Cidade do Cabo. Uma das escolas de intercâmbio, a GEOS já comprou até ingressos.
“Sabemos que muitos brasileiros vão querer ver as partidas, então já garantimos alguns ingressos e vamos vendê-los para os estudantes pelo mesmo preço que pagamos”, assegura o diretor Clife Saayman. Segundo ele, os valores cobrados pela escola são inferiores aos dos albergues e hotéis da cidade. “Dá para o aluno economizar e ainda fazer inglês. Nossa acomodação será 20% mais barata, em média.”
Canadense, Clife fala português fluentemente. O sotaque é de Portugal, mas ele já aprendeu as manhas dos brasileiros. A presença de alunos do país do futebol cresce a cada ano. De 2004 a 2008, antes da crise financeira mundial, o número quadriplicou. Mais de 700 estudantes brasileiros passaram pela Cidade do Cabo só no ano passado. “Neste mês chegarão 25 alunos do Brasil apenas nessa escola”, avisa o diretor.
No total, a cidade tem sete opções de escolas que oferecem inglês para estrangeiros. Na Good Hope, por exemplo, também é fácil esbarrar com brasileiros, principalmente em tempos de verão, como agora. “Sou de Arujá e trabalhei como confeiteiro só para pagar o curso. Aqui é mais barato que Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Austrália. E é mais parecido com o Brasil”, diz Welington de Freitas.
“Além de ser mais barato, na África do Sul não tem frescura para conseguir visto, como acontece na Irlanda e no Canadá, por exemplo”, completa o mineiro Semião Emanuel. Mas a menor burocracia explica só parte dos atrativos oferecidos pela sede da próxima Copa.
As praias, as festas (muitas brasileiras) e os passeios da Cidade do Cabo também contam para os estudantes. “Na verdade, o curso de inglês foi só uma desculpa que encontrei para conhecer a África. Quero viajar por aqui, nadar com tubarões e fazer safári”, admite Natália Sylla.
A comunidade brasileira cresceu tanto na África do Sul que um grupo organiza baladas temáticas, com direito a arraial e carnaval, por exemplo. “Aqui lembra muito o Brasil, tem praia e muita festa. Os brasileiros das escolas podem se encontrar com frequência. Tem até restaurante de comida brasileira”, conta Welington.
O estilo brasileiro também causa alguns problemas. Segundo Clife, é comum ser chamado para tirar estudantes de enrascadas. “Já fui muitas vezes na delegacia para liberar brasileiros. Eles bebem, ficam animados e querem conhecer as mulheres. O problema é que muitas têm namorados. Aí começam as brigas”, explica o diretor. “Mas os policiais entendem que são alunos estrangeiros e os costumes são diferentes.”
O ponto negativo apontado pelos alunos é justamente a numerosa presença de brasileiros, sobretudo no verão. Falando português com frequência, o aprendizado do inglês é afetado. Mas os estudantes parecem não se preocupar tanto com esse defeito. Afinal, com o português, já é possível se divertir bastante na Cidade do Cabo.
Jogos, resultados, preparação das equipes e muito mais.
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