Schiaffino

A mais antiga lembrança de Juan Alberto Schiaffino, considerado por muitos o maior jogador uruguaio de todos os tempos, é de um jogo que ele assistiu com apenas quatro anos de idade, entre Uruguai e Argentina, vencido pelos uruguaios. Que jogo foi realizado, ele não sabe. Mas a cena, nunca mais esqueceu.

Foi o irmão de Juan, Raul Antonio, que o iniciou no futebol. Dois anos mais velho, Raul já jogava no Nacional, mas sempre na reserva. Um dia, em companhia de Juan, um olheiro se interessou por Raul e o convidou a jogar no Peñarol.

Ele aceitou, com a condição de o irmão jogar numa equipe que o Peñarol mantinha na terceira divisão. Na época, aos 16 anos, Juan Alberto Schiaffino trabalhava como entregador de pães.

Jogador calmo, estratégico, Schiaffino notabilizou-se pelos passes extremamente precisos e pelos arremates quase sempre eficazes. Responsável pelo primeiro dos dois gols do "Maracanazo" de 1950, onde o Uruguai obteve o título da Copa de 1950, vencendo o Brasil, no Maracanã, Schiaffino jogou também na Itália, onde ficou oito anos e ganhou três títulos italianos e uma Copa da Uefa.

Schiaffino, que sempre se destacou pela sinceridade, preferia ficar quieto quando as entradas dos rivais eram duras demais. A atitude rendeu-lhe bons frutos: jamais foi expulso. Na Itália, sua dupla cidadania permitiu que jogasse quatro partidas pela seleção italiana.

Depois abandonar os gramados em 1962, ficou quinze anos longe do futebol e começou a atuar no ramo imobiliário. Morreu aos 77 anos, no dia 13 de novembro de 2002.