Kanu

Quem é que não se lembra do atacante nigeriano Kanu? Ele foi o grande responsável pelo fim do sonho do ouro olímpico do Brasil na Olimpíada de Atlanta, em 1996. Pelas semifinais da competição, Kanu marcou o gol de empate da Nigéria no tempo normal - a seleção vencia por 3 x 2 - e o gol de ouro que colocou os africanos na final contra a Argentina.

Nossos “hermanos” também não impuseram muita dificuldade e a Nigéria acabou conquistando a medalha de ouro, o maior feito da história do futebol africano até então (em 2000, Camarões se igualou a eles).

Os torcedores do Grêmio devem ter ainda mais pesadelos quando o nome de Kanu é falado por um narrador esportivo. Afinal, ele foi uma das estrelas do Mundial Interclubes vencido pelo Ajax em 1995, sobre o time de Luiz Felipe Scolari.

Logo que se transferiu para a Inter de Milão, em 1996, os médicos do clube descobriram que ele sofria de um problema no coração que poderia resultar em uma morte súbita. Sua carreira estava ameaçada. Ele não desistiu e foi para os Estados Unidos, onde sofreu um tratamento intensivo que o recuperou para o futebol.

A Inter não quis arriscar e o negociou com o Arsenal, onde formou uma dupla implacável com o holandês Dennis Bergkamp logo que chegou ao clube. Apesar de seu sucesso no time, tendo ficado em 13º lugar em votação realizada pelo Arsenal a respeito dos 50 maiores jogadores que já passaram pela equipe, Kanu foi perdendo espaço e tornou-se reserva de Thierry Henry. Ao fim de seu contrato, em 2004, transferiu-se para o West Bromwich Albion.

No novo clube, Kanu viveu os dois lados da moeda: após perder um gol incrível em jogo contra o Middlesbrough em novembro de 2004, foi coroado ao final da temporada como “o gol perdido do ano” pela imprensa. No entanto, na temporada seguinte, marcou um tento em partida disputada contra seu ex-clube e ajudou o West Bromwich a conquistar sua primeira vitória em casa contra o Arsenal desde 1973.

Em 2006, Kanu voltou a atuar pelo Arsenal, desta vez como convidado em partida comemorativa pela aposentadoria do holandês Dennis Bergkamp, e se tornou o terceiro jogador a marcar um gol no recém-inaugurado Emirates Stadium, casa dos Gunners.

Após sua saída do West Bromwich, assinou com o Portsmouth logo no começou da temporada 2006/2007.

Pela seleção, apesar do sucesso em Atlanta, o atacante decepcionou dois anos depois na Copa da França. Cotado como uma das grandes promessas daquele Mundial, ele mal conseguiu ajudar a Nigéria a passar das oitavas de final. Nas eliminatórias de 2002, ele foi o único jogador que participou das dez partidas da equipe nigeriana, com três gols marcados. Em 2010, participou pela sexta vez de uma Copa Africana de Nações.

Fora de campo, é conhecido por se envolver em causas humanitárias, sendo embaixador da Unicef e criador da Kanu Heart Foundation, organização que atende crianças africanas que sofrem de problemas cardíacos.