Cultura

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Com tradições distintas de suas etnias, África do Sul tem identidade rica em todos os aspectos


Grupos raciais têm sua própria identidade

A lista de 11 idiomas oficiais dá a medida do quão complexa é a cultura sul-africana. Assim como a maior parte dos países da chamada África Negra, a África do Sul é palco de diversas etnias tribais, com suas histórias e tradições distintas.

As influências se misturam tanto que é possível dizer que a sociedade do país é o resultado dessa fusão de contextos. Além disso, o país-sede da Copa do Mundo ainda conta com a contribuição de dois países colonizadores. Desde o seu “descobrimento”, a África do Sul já conviveu com holandeses e britânicos, que deixaram suas marcas na atual sociedade.

O período do apartheid, regime de segregação racial que afetou o país até o início da década de 1990, também foi convertido em cultura. Os protestos musicais, os resquícios das barbaridades cometidas e os locais onde os embates aconteceram viraram uma espécie de patrimônio da humanidade. Tudo isso será levantado em 2010, durante a Copa em que os sul-africanos prometem oferecer a melhor acolhida aos visitantes de todos os Mundiais da história.

Multicultural

Diversidade é a palavra que mais se aplica à África do Sul e aos seus costumes. O país que vai da Inglaterra à Holanda em uma esquina também tem forte influência dos povos tribais, em especial da cultura zulu. O idioma é um dos mais importantes da nação, e elementos como a feitiçaria e o curandeirismo são recorrentes nas cidades-sede do primeiro Mundial em território africano. Se não se sobrepõe à cultura europeia que se disseminou no país, a herança negra compõe o mosaico de particularidades desta nação.

"The Lion Sleeps Tonight"

A música de melodia inconfundível ganhou o mundo no desenho "O Rei Leão", produzido pelos estúdios da Wall Disney World em 1994, mas foi criada em 1939. Solomon Linda, sul-africano que liderava um grupo musical no país, escreveu a canção então denominada “Mbube”, "Leão", em zulu.

Linda, porém, nunca recebeu os devidos royalties, apesar de teoricamente ter direito a uma fortuna de cerca de US$ 15 milhões (R$ 27 mi). Em 2006, as filhas do compositor finalmente conseguiram o dinheiro. Após uma batalha na Justiça que durou seis anos nos tribunais, as herdeiras do músico receberam parte da verba devida.

Tsotsi e o cinema sul-africano

Em 2006, a história de um garoto que sequestra uma criança por engano ao roubar um carro foi premiada com o Oscar de “Melhor Filme Estrangeiro”. A estatueta de “Tsotsi” ratificou a presença da África do Sul no mapa da indústria cinematográfica. Um ano antes, “Yesterday”, que aborda a história de uma família humilde, já havia sido indicada. O país também atraiu os estúdios hollywoodianos.

Neste ano, "Invictus" e "Distrito 9" contaram histórias da nação. O primeiro, dirigido por Clint Eastwood, relata o título sul-africano no Mundial de rúgbi de 1995. O outro junta problemas sociais, ficção científica e alienígenas. Eles foram indicados ao Oscar.

Música contra o preconceito

Miriam Makeba e o grupo Ladysmith Black Manbazo são expoentes sul-africanos e ganharam espaço pelo mundo na luta contra o regime segregacionista. A cantora, que ficou conhecida como “Mama Afrika” e pela música “Pata Pata”, chegou a ter sua nacionalidade revogada no auge do apartheid. Já o conjunto produziu álbuns ao lado do cantor Paul Simon e se apresentou com sucesso por vários países.


Robben Island e outros sete patrimônios

Oito lugares na África do Sul são reconhecidos como patrimônios históricos da humanidade, segundo a ONU. Quatro deles são culturais, três naturais e um mistura as duas vertentes. O mais famoso de todos é a Robben Island, que abriga a famosa prisão dos tempos de apartheid e que recebeu o ícone local e ex-presidente Nelson Mandela em 18 dos 27 anos em que ele esteve preso.


Herança holandesa

Mesmo minoria, os africâners, de descendência holandesa, ainda têm uma importância considerável na cultura sul-africana. Além da língua e de alguns costumes, a dança "sokkie" é popular entre os jovens. Os movimentos entre os casais são embalados por músicas pop, e o nome vem do termo "sock", que significa meias, em inglês. Tradicionalmente, os dançarinos praticavam sem os sapatos.


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