Executivo suspeito entrega credencial e deixa organização da Copa

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Vinicius Konchinski

    Raymond Whelan foi preso na terça-feira pela Polícia Civil. Foi solto horas depois

    Raymond Whelan foi preso na terça-feira pela Polícia Civil. Foi solto horas depois

O diretor executivo da Match Services, Raymond Whelan, já não faz mais parte da organização da Copa. Suspeito de integrar uma quadrilha que vendia ilegalmente ingressos do Mundial de 2014, Whelan entregou sua credencial do torneio. Com isso, já não tem mais acesso a áreas reservadas aos trabalhadores da Fifa ou da Match, parceira da entidade na comercialização dos bilhetes da Copa.

A entrega da credencial foi informada em comunicado da Match Services divulgado nesta quarta-feira. Segundo a Match, Whelan entregou sua credencial voluntariamente com o intuito de preservar os interesses da empresa. "Whelan deseja reiterar que ele toma essa decisão sem a aceitação de delito e que ele permanece totalmente cooperativo para futuras investigações que certamente vão inocenta-lo", declarou a Match

No mesmo comunicado, a empresa declara que a prisão de Whelan foi ilegal. "A prisão do Sr. Whelan foi arbitrária e ilegal. O vazamento escutas de conversas privadas de Ray para a imprensa também é ilegal", informa a empresa.

A prisão de Whelan tem relação com a operação Jules Rimet, que foi deflagrada na semana passada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Inicialmente, 11 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento com uma quadrilha que desviava e revendia ingressos para a Copa do Mundo.

Um dos membros do grupo preso na semana passada era o franco-argelino Lamine Fofana, apontado inicialmente como um dos líderes do esquema. A partir dele, a polícia chegou até Whelan, que seria o elo entre a quadrilha e a Fifa.

Segundo a polícia, a ligação de Fofana com Whelan é comprovada por centenas de ligações entre os dois. A investigação usa como base o registro de chamadas contido no celular do franco-argelino.

"A polícia não tentou investigar os fatos, e por isso acabou não justificando a relevância das coisas que eles descobriram. Sob essas circunstâncias, ficamos sem opção além de responder às alegações", continuou a Match.

Whelan foi detido no saguão do hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O executivo foi liberado nas primerias horas da terça após pagar fiança. 

Quando deteve o executivo, a polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão no quarto em que ele estava hospedado. Segundo a polícia, ceca de cem ingressos foram recolhidos. A Match declarou que foram 83.

"Aqueles 83 ingressos eram de partidas passadas, guardados como recordação do evento, ou de partidas futuras, mas para uso pessoal do executivo da Match, além de diretores da empresa e suas respectivas famílias", explicou a empresa. "A polícia tem continuamente se recusado a fornecer detalhes sobre essas entradas, o que seria importante para a Match assegurar os direitos de seus consumidores", completou.

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