Incentivo ou fantasma? Máscara de Neymar pode não ter o efeito desejado
Mauricio Stycer
Do UOL, no Rio
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Reprodução
Grupo que criou campanha contra racismo pede que brasileiros usem máscaras com o rosto de Neymar
Lançada há dois dias, a campanha "Somos Todos Neymar" convida os brasileiros a vestir uma máscara com a cara do jogador na partida entre Brasil e Alemanha nesta terça-feira. A promoção foi idealizada por uma das agências do ABC, o maior grupo de publicidade brasileiro.
Diz o texto da campanha: "Se o Neymar não pode entrar em campo, nós entramos por ele. Faça uma máscara com a foto dele e ponha no rosto para assistir ao jogo. E faça outras e dê para os amigos. Nessa terça-feira, somos todos Neymar".
Os publicitários dizem que vão distribuir 60 mil máscaras para os torcedores no Mineirão. Nesta manhã, ao final de seu programa, Fátima Bernardes convidou o publico a usar máscaras. Outros comunicadores aderiram à campanha. Será, de fato, uma boa ideia?
O futebol frequentemente desafia a lógica, e é esse um dos seus aspectos mais fascinantes. Nunca saberemos se essa campanha teve ou terá alguma influência no estado de ânimos dos jogadores e, em última instância, no resultado da partida.
Pensada por gente de marketing, mas que parece ignorar futebol e psicologia, a campanha pode ser boa para Neymar, garoto-propaganda de um sem-número de marcas. Já para a seleção brasileira, cujo maior desafio é justamente superar a ausência do seu maior jogador, tenho medo que a máscara seja, na verdade, um fantasma, capaz de asombrar.
Para complicar ainda mais o quadro, o próprio jogador postou uma mensagem ambígua em seu Instagram nesta manhã, dizendo: "Também queria pedir para torcermos juntos até o ultimo segundo porque quero muito, mas muito mesmo estar com todos (torcida e meus companheiros) no próximo Domingo dentro de campo……….. no Maracanã. Deus é fiel !!"
Dentro de campo? Somos todos Neymar? Prefiro torcer pelo Brasil.