Irmão de Ronaldinho será intimado a explicar conversa com cambista preso

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo *

  • Jonathan Heckler/Divulgação Câmara de Vereadores de Porto Alegre

    Roberto de Assis Moreira teve conversa grampeada pela polícia, segundo informa jornal

    Roberto de Assis Moreira teve conversa grampeada pela polícia, segundo informa jornal

* Atualizado às 13h09

Irmão de Ronaldinho Gaúcho, o empresário Roberto Assis será intimado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para explicar a conversa telefônica que teve com o cambista preso Mohamadou Lamine Fofana. Conforme apresentou o jornal O Dia, Assis procurou Lamine em busca de ingressos da Copa do Mundo.

Lamine era o principal nome de um grupo criminoso que movimentou mais de R$ 200 milhões em comercialização de ingressos para o Mundial.

Assis está na China com o irmão. Ele será intimado judicialmente assim que retornar ao Brasil. Promotor do caso, Marcos Kac informa que Assis, a princípio, não cometeu crime.

"É importante frisar que pela investigação preliminar, ele [Assis] não cometeu crime, porque sua intenção era comprar ingressos. O crime de cambismo é voltado a quem vende, e não a quem compra. Mas a investigação não terminou. Portanto, ele será intimado para que informe exatamente o que aconteceu", informou o promotor ao UOL Esporte.  

A conversa de Assis com o francês Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos, foi grampeada pela polícia.

Assis procurou Lamine em busca de ingressos categoria 3 para o Mundial. Em conversa por telefone, Lamine disse que não tinha bilhetes para os setores pretendidos por Assis, afirmando possuir ingressos VIPs.

Lamine acrescenta que dois amigos de Assis já o haviam procurado em busca de ingressos para a Copa.

O UOL Esporte entrou em contato com Roberto Assis nesta quarta-feira, mas ele não retornou ao chamado.

Os passos do francês estavam sendo monitorados pela 9ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), do Rio de Janeiro. Lamine mora em Dubai e tem escritório na Suíça. O cambista está preso provisoriamente (5 dias) no presídio em Água Santa, Rio de Janeiro.

Os bilhetes em posse de Lamine seriam cortesias da Fifa e deveriam ser repassados a familiares de comissão técnica, patrocinadores e ONGs. A polícia acredita que funcionários da Fifa também estão envolvido na máfia.

O Ministério Público do Rio de Janeiro participou na terça da operação batizada de Jules Rimet, que resultou na prisão de 11 pessoas e fechamento de três empresas de turismo. Entre os presos está José Massih, ex-empresário do jogador Elano.

Os presos são acusados de cambismo, associação criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo a venda ilegal de ingressos para jogos da Copa do Mundo. 

Trecho de gravação publicado pelo O Dia

Assis : Meus amigos te ligaram. Você não tinha mais ingressos? 
Lamine: Dois amigos seus me ligaram e tivemos um pequeno problema. Ele me ligou e 15 dias depois achou que o ingresso era o mesmo. E eu não sou cambista. 
Assis: Risos. Claro! Ele me perguntou e eu disse: 'Escuta, eu tenho um amigo que tem seu preço, sua maneira, ... Fala com ele porque eu também não sou cambista. Risos. 
Lamine: Eu tenho vip. Tenho muitos vips. Não tenho categoria 3 (...) Onde você está, no Rio? 
Assis: Não, ... Porto Alegre. 
Lamine: E quando você vem ao Rio? 
Assis: Escuta, estou indo para a China 

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