Edma e Carla são moradoras de Cuiabá. Sem ingresso para Bósnia x Nigéria, as duas foram à Arena Pantanal neste sábado para tentar comprar uma entrada nas imediações do estádio. Abordaram vários torcedores em busca de um cambista ou desistente, mas não tiveram sucesso até 18h (de Brasília), uma hora antes de a partida começar. Até que apareceu um turista e ofereceu uma entrada em uma negociação inusitada: em vez de dinheiro, ele trocou o tíquete por um beijo.

"Ele viu que eu estava perguntando sobre ingressos, perguntou se eu queria um e simplesmente me deu. Eu fiquei sem saber o que fazer, e aí ele disse: 'Agora eu mereço um beijo'. Dei um beijo no rosto dele, mas ele pediu um na boca. Dei um selinho, e ele foi embora sorrindo", contou Edma.

A história inusitada criou um problema para as duas torcedoras: apenas uma delas conseguiu ingresso para ver Bósnia x Nigéria. Portanto, a despeito do beijo, as duas continuaram o périplo ao redor do estádio para tentar encontrar um bilhete.

"Um senhor estava vendendo aqui perto por US$ 135 (R$ 301), mas só tinha uma entrada. Agora seria o suficiente para nós, mas eu não encontro mais o cara", lamentou Carla.

A história das duas mostra uma mudança no panorama pré-jogo em volta da Arena Pantanal. Nos dois primeiros jogos de Copa que o estádio recebeu (Chile x Austrália e Rússia x Coreia do Sul) houve livre comércio de ingressos nas imediações do estádio.

Neste sábado, a reportagem flagrou apenas um torcedor vendendo uma entrada perto do portão leste do estádio. Ele pedia R$ 400 por um bilhete, mas a reação de um grupo de cinco homens deve ter sido devastadora para as pretensões comerciais. "R$ 400 para ver Bósnia x Nigéria? O cara só pode estar maluco", respondeu um rapaz com a camisa amarela do Brasil.