Felipão alivia pressão e testa emocional do Brasil no mata-mata da Copa
Paulo Passos
Do UOL, em Belo Horizonte (MG)
Pilhado, emocionado, mas confiante. Foi assim que o Brasil entrou em campo nos três primeiros jogos da Copa do Mundo. O time até venceu duas vezes, ficou em primeiro do grupo, mas não conseguiu apresentar o futebol que se esperava. Neste sábado contra o Chile, a partir das 13h, em Belo Horizonte, Luiz Felipe Scolari quer um time com outra cabeça em campo. O Placar UOL Esporte acompanha o jogo em Tempo Real.
A imagem dos jogadores chorando no Hino Nacional, emocionados com a experiência de representar o Brasil em Copa do Mundo, não deve se repetir. Na última semana, após a classificação para as oitavas de final, Felipão adaptou o discurso com os jogadores. A avaliação do técnico é de que no mata-mata, com risco de eliminação, a equipe precisava estar focada, porém mais leve e menos sensível a emoções do gênero.
Thiago Silva, por exemplo, admitiu que chorou no vestiário antes de entrar em campo na estreia do Brasil contra a Croácia. O zagueiro disse que não se reconheceu em campo nos primeiros instantes da partida.
"Eu falei com o Felipão sobre isso. Não parecia que eu era o Thiago Silva. Me perguntava, você desaprendeu?", disse o capitão do time. "Nós tivemos uma grande palavra do Scolari que nos emocionou. Sobre momentos difíceis enfrentados por ele. Vou parar de falar, se não posso me emocionar. Sou muito chorão".
Na estreia, o capitão chorou ao ouvir o Hino Nacional. Júlio César também. Antes do jogo contra o México foi a vez de Neymar. A mudança anímica que Felipão quis implementar nos jogadores começou após o empate na segundo partida, mas foi realmente intensificada depois da vitória sobre Camarões, na última segunda-feira, em Brasília.
"Normal que a gente sinta algo diferente no mata-mata. Não podemos errar, perder. Fica um pouco mais envolvido, assustado, nervoso", explicou Felipão. "Todo jogo podemos terminar e passarmos ou não para a próxima fase. Trabalhamos muito com isso na cabeça dos nossos jogadores. Agora é isso e vamos minimizar", completou.
Assim como em 2002, Scolari preparou um trabalho psicológico com os atletas. Todos passaram por uma avaliação na chegada à Granja Comary. Regina Brandão, psicóloga que trabalha com o técnico desde a década de 90 coordenou o projeto. A maior preocupação da comissão técnica era a inexperiência do time em Copas do Mundo. Apenas seis atletas (Júlio César, Thiago Silva, Daniel Alves, Maicon, Ramires e Fred) não são novatos.
Na hora da pressão, Felipão readapta o discurso de que o time tem "obrigação de vencer". Foi com essa afirmação que o técnico assumiu a seleção no dia 29 de novembro de 2012. Antes da decisão, o técnico readapta o discurso.
"Estamos fazendo o nosso trabalho com dedicação, alegria e amor. Tem um oponente. Se eles forem melhor, segue a vida. Se fazem trabalho normal. Valorizar o adversários. Queremos seguir em frente", defendeu.