Brasil vai encarar precisão da Holanda ou tiki-taka do Chile nas oitavas

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

O Brasil ainda nem conseguiu a vaga no mata-mata da Copa do Mundo, mas já sabe quem são seus possíveis rivais nas oitavas do torneio. Com Chile e Holanda classificados, o UOL Esporte fez uma varredura nas estatísticas das duas primeiras rodadas para encontrar pontos fortes e fracos das duas seleções, além do próprio time de Luiz Felipe Scolari.

Confira, nos itens abaixo, quais são os dados que podem explicar o confronto que está por vir:

Precisão
A Holanda tem o melhor ataque da competição, entre outras coisas, porque não vacila quando tem a chance. Em dois jogos, o índice de acerto do time impressiona. São 28 finalizações ao todo, sendo que 25 delas foram no alvo, ou seja, a equipe tem caprichado na mira.

É bastante para um Brasil que não se preocupa em fechar a porta, ao menos de longe. Contra o México, por exemplo, a seleção deixou o time rival entrar em sua área em apenas cinco oportunidades ao longo dos minutos, sendo ameaçado só em chutes de longe.

Tiki-taka
O Chile é o segundo país que mais completou passes na Copa do Mundo até agora (947 contra 1.145 da líder Espanha). O Brasil, terceiro no quesito, trocou bola 785 vezes. A disparidade pode ser explicada pelo próprio time sul-americano, que pratica uma versão continental do tiki-taka.

O foco na posse de bola e na movimentação da seleção é um reflexo do estilo de jogo proposto por Jorge Sampaoli, técnico do Chile e um discípulo de Marcelo Bielsa, este uma das inspirações de Pep Guardiola.

Jogo duro
Se encarar a Holanda, o Brasil pode preparar o corpo e o espírito. Em dois jogos, ninguém cometeu mais faltas que Robben e companhia. Foram dois pênaltis e 43 infrações marcadas contra Espanha e Austrália, ao todo. 

Sorte para o Brasil, que já sofre com isso naturalmente. Contra Croácia e México somados, a seleção recebeu um total de 37 faltas, time mais caçado do torneio. Luiz Gustavo, por incrível que pareça, é quem mais apanhou, com oito faltas sofridas, contra sete de Neymar.

Linha burra
Fred tem sido um dos principais problemas da seleção brasileira até agora, pela baixa movimentação e a dificuldade em se colocar entre os zagueiros. Para completar, o camisa 9 não tem sido tão atento.

Em dois jogos, o Brasil foi pego seis vezes em impedimento, sendo que Fred ficou avançado em três oportunidades só na partida contra o México. Diante de defesas que têm o costume de sair rápido de seu campo, o centroavante pode sofrer ainda mais.

Costas do lateral
O Brasil tem uma característica curiosa em sua formação defensiva. De acordo com o mapa de calor que a Fifa fornece em seu banco de estatísticas, Daniel Alves e Marcelo são jogadores com perfil muito ofensivo. Ambos passam mais tempo no meio-campo que como um simples lateral, ao lado dos zagueiros.

Foi assim que a Croácia chegou ao gol na abertura, o  que fez o tema dominar as conversas sobre o Brasil desde então. Robben, principal arma da Holanda, pode aproveitar-se disso. Nos dois jogos até agora, contra Espanha e Chile, o ponta fez sucesso atuando bem avançado pela direita, justamente procurando a brecha deixada pelos laterais. 

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