'Calor equatorial' contrasta com frio suíço na recepção das seleções no DF

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

A recepção das seleções do Equador e da Suíça em Brasília para seu jogo de estreia na Copa, neste domingo (15) no estádio Mané Garrincha, teve um contraste tão grande quanto o que existe entre o clima equatorial dos nossos vizinhos sul-americanos e o frio intenso do montanhoso e nevado país europeu. Pelo menos 100 torcedores equatorianos esperavam a chegada da seleção no hotel -- dezenas deles guiaram por mais de 7 mil quilômetros para estar ali. Na contramão, nem um único torcedor da Suíça apareceu para dar uma força e demonstrar apoio à sua equipe nacional -- não que eles não estejam em Brasília.

Do lado do Equador, emissoras de televisão de lá faziam transmissões ao vivo assim que o ônibus da seleção despontou na via que dava acesso ao hotel Brasília Plaza no início da tarde da sexta-feira (13). Torcedores com camisas da seleção, bandeiras do país, fantasias e pinturas faziam muita confusão e cantavam em coro "Si, se puede! Si, se puede!" (algo como "Sim, é possível! Sim, é possível!", na tradução livre do espanhol).

Do lado suíço, nada. O ônibus da seleção chegou no início da noite ao hotel Golden Tulip, distante menos de dois quilômetros do hotel equatoriano, praticamente despercebida. Torcedores não havia, e de imprensa estrangeira apenas uma equipe de uma emissora de TV equatoriana que também iria se hospedar por ali. Os jogadores desembarcaram em silêncio na meia-luz do salão do hotel e subiram sem festa.

O advogado Edgard De La Cueva, de 60 anos, chegou a Brasília de carro depois de percorrer 7.000 quilômetros desde Machacho, na região metropolitana de Quito, no Equador, junto com mais 11 torcedores -- entre amigos e familiares -- em uma van. "Foram 12 dias de viagem, chegamos ontem em Brasília", conta o advogado equatoriano. "Mas viemos curtindo, parando pelo caminho". Auto apelidados de "Machacheños", em referência à cidade natal, o grupo contou que conseguiu ingressos apenas para a primeira partida, mas pretende acompanhar a seleção até o fim da participação dela no Mundial da Fifa. "É um sonho, mas queremos uma final contra o Brasil", confessa Cueva.

Em nenhum dos dois casos os jogadores ou a comissão técnica interagiu com torcedores ou público em geral, mas ficou clara a diferença de estilos. Nos setores hoteleiros de Brasília e nas redes sociais, é possível ver que torcedores suíços já estão na capital federal para a partida deste domingo, mas demonstram um estilo mais contido que os adversários, pelo menos no que diz respeito à recepção do time -- até agora. Neste sábado (14), as duas seleções fazem o reconhecimento do gramado no estádio Mané Garrincha em horários próximos e os torcedores rivais que eventualmente aparecerem por lá devem ser encontrar no entorno da arena. Resta ver se haverá e como será um "choque térmico" entre as duas turmas.

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