PF nega operação da Interpol no Brasil sobre manipulação de jogos na Copa

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

  • Pedro Ladeira/Folhapress

    Delegado da PF e coordenador da Interpol no Brasil, Luiz Eduardo Navajas nega existência de operação

    Delegado da PF e coordenador da Interpol no Brasil, Luiz Eduardo Navajas nega existência de operação

O delegado da Policia Federal Luiz Eduardo Navajas, coordenador da Interpol (organização internacional que coopera com policias de diversos países) no Brasil, negou categoricamente no início da noite desta sexta-feira (13) em Brasília que a instituição esteja realizando ou irá realizar uma operação no Brasil contra a possível manipulação de resultados de jogos durante a Copa. De acordo com Navajas, não há nenhuma suspeita ou investigação em curso neste sentido feita pela Interpol sobre a Copa do Mundo em território nacional.

Mais cedo, a rede de televisão norte-americana CNN havia divulgado uma entrevista com o secretário- geral da Interpol, Ronald Noble, onde ele dizia que a operação iria ocorrer. "Não existe isso", desmente o delegado brasileiro. Com um impresso do site da CNN em mãos, o delegado disse que o aconteceu é um mal entendido.

"O que aconteceu, antes da Copa, é que uma equipe da Interpol esteve no Brasil para dar um treinamento aos policiais federais brasileiros e aos policiais estrangeiros presentes no CCPI [Centro de Comando Integrado de Polícia Internacional] da Copa para coibir e identificar eventuais casos desses durante a Copa, mas não há nada de concreto".

Segundo Navajas, os delegados da PF que acompanham as 32 seleções da Copa estão de olho para reprimir o problema. "De acordo com o treinamento que foi passado, os aliciadores procuram abordar jogadores, juízes e membros de delegações em geral nos hotéis, aeroportos e nos estádios. Os delegados que acompanham as seleções estão atentos e vão agir em qualquer indício de suspeita", diz o coordenador da Interpol no Brasil.

Em nota enviada por seu departamento de imprensa ao UOL Esporte, a Fifa diz que "esta atividade da Interpol [treinamento para prevenir a combinação de resultados] faz parte da Iniciativa de Integridade e do programa de prevenção da Fifa". "Não há relação com uma investigação ou com o receio de que a Copa do Mundo da FIFA esteja sob ameaça de manipulação", completa a entidade.

"Posso garantir que, agora, enquanto a Copa acontece, existem grupos de crime organizado trabalhando com apostas ilegais. Isso pode influenciar no resultado de um jogo ou no que acontece em campo, com suborno ou corrupção", havia declarado Noble em entrevista ao apresentador Richard Quest no programa Quest Mean Business, na tarde desta sexta-feira (13) na CNN.

"E quando você pensa que é um evento grande, é muito importante, esse tipo de coisa não pode acontecer, é que aí você tem um problema. Por isso, enviamos uma equipe da Interpol ao Brasil, para ajudar os brasileiros, e outras equipes pelo mundo para investigar esses grupos de crime organizado que trabalham com manipulação de resultados. Isso tem que ser vigiado", afirmou o policial que foi desmentido pelo colega brasileiro.

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