Primeiro dia tem protestos em sete cidades-sede da Copa

Do UOL, em São Paulo *

O número de pessoas nas ruas não foi grande, mas o Brasil viveu um dia de protestos na abertura da Copa do Mundo. Das 12 cidades sede do Mundial, sete tiveram atos violentos contra os gastos do Governo com a organização. Os confrontos mais graves aconteceram em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Para ter mais informações sobre cada um dos protestos, clique no tópico de cada cidade.

Rio de Janeiro

Cerca de mil manifestantes do movimento "Copa pra Quem" paralisaram o centro do Rio pela manhã. O grupo se concentrou na avenida Rio Branco, uma das mais importantes da região central, e caminhou sentido Candelária. Por volta de 13h30, entraram em confronto com policiais, que usaram a força para deter alguns manifestantes. Bombas de gás, correria e spray de pimenta entraram em cena perto dos Arcos da Lapa. Antes disso, o protesto era pacífico e bem-humorado, com pessoas de patins, bambolês, homens vestidos de rosa, maquiados, sempre satirizando o evento da Fifa.

São Paulo

Os protestos na capital paulista foram concentrados entre duas estações de metrô no caminho do Itaquerão, que recebeu Brasil x Croácia. Pela manhã, cerca de 300 pessoas se reuniram próximo da estação Carrão. Durante o confronto com a tropa de choque, algumas pessoas foram feridas, incluindo duas jornalistas do canal de notícias norte-americano CNN.

O grupo foi dispersado, mas voltou a se reunir em frente ao sindicato dos metroviários, que estavam em assembleia. Neste momento, black blocs se uniram aos manifestantes e iniciaram a fase mais violenta da manifestação. Bloqueios com lixo em chamas foram criados. O grupo se dispersou quando a tropa montada da PM chegou ao local.

O terceiro momento da manifestação paulista aconteceu na estação Tatuapé do metrô. Por lá, parte dos manifestantes parou a Avenida Radial Leste, maior ponto de acesso à zona leste de São Paulo. Para reabrir a via, a PM entrou em confronto com os black blocs no meio da rua, com carros de passeio no meio. Ao mesmo tempo, os demais manifestantes tentaram invadir a estação de metrô, que ficou fechada por quase três horas. Os problemas só pararam com o início do jogo da seleção brasileira.

Belo Horizonte

Na capital mineira, as cenas mais chocantes foram manifestantes virando um carro da polícia e um fotógrafo que foi atingido na cabeça e sofreu traumatismo craniano leve. O protesto com cerca de 300 pessoas, segundo a PM, começou de forma pacífica na Praça Sete, tradicional ponto de manifestações e comemorações de Belo Horizonte.

A violência começou quando os manifestantes se aproximaram do relógio da Copa, na Praça da Liberdade, e um grupo atirou rojões em direção ao cerco policial. Os militares revidaram com bombas de efeito moral.

O fotógrafo Sérgio Moraes, da agência Reuters, foi atingido por um objeto ainda não identificado e teve traumatismo craniano leve. Foi encaminhado para o pronto-socorro João XXIII, na área hospitalar. De acordo com a Polícia Militar, Moraes tem quadro estável e ficará em observação nas próximas horas. 

Ao todo, a Polícia Militar deteve 11 adultos e apreendeu um menor por atos de vandalismo durante o protesto. Dois deles são suspeitos de participar da depredação da viatura policial, diante do prédio do Detran. Um capitão da Polícia Militar também ficou ferido, após ser atingido por uma pedra. Ele já foi socorrido no Hospital da Polícia Militar e liberado.

Porto Alegre

No Rio Grande do Sul, uma lanchonete da rede McDonalds, que patrocina a Copa do Mundo, e uma agência do banco Santander foram depredadas durante marcha do protesto realizado pelo Bloco de Lutas em Porto Alegre. A manifestação reuniu aproximadamente quatro mil pessoas. Eles começaram a agir pacificamente, mas quando tentaram se aproximar da Fan Fest, no anfiteatro Pôr-do-Sol, começou conflito com a brigada militar. Bombas de efeito moral foram usadas para acabar com o tumulto.

Fortaleza

Na capital cearense, um número pequeno de manifestantes mascarados começou a atirar pedras na polícia que fazia a segurança do local. Eles ainda colocaram fogo em artefatos de plástico. Os policiais evitaram o confronto inicialmente, mas quando a provocação ficou violenta, partiu em direção aos manifestantes. Após usar uma bomba de gás, porém, a ação foi dissipada. Pelo menos duas pessoas foram detidas para averiguação.

Brasília

Uma pequena manifestação, com cerca de 100 pessoas, tentou entrar na Fan Fest da Copa no Distrito Federal. Foi impedida de se aproximar pela PM a cerca de dois quilômetros do local do evento em Taguatinga. Houve um princípio de confusão entre manifestantes e policiais, que usaram sprays de pimenta e cacetes para tentar dispersar o protesto.

O princípio de confusão aconteceu por volta das 16h30, enquanto muitos torcedores chegavam ao Taguaparque, onde acontece a Fan Fest no DF. Em meio ao tumulto, dois manifestantes com os rostos cobertos foram detidos para averiguação. Antes, os líderes do movimento Comitê Popular da Copa no DF tentaram negociar a entrada do grupo na Fan Fest com a PM, mas não houve acordo.

Recife

Em Pernambuco, o clima era de festa até o início do segundo tempo da vitória do Brasil sobre a Croácia. Quando uma mulher grávida passava mal na Fan Fest e foi removida de ambulância, alguns manifestantes mascarados forçaram a entrada no local. Foram repelidos por cerca de 30 policiais da tropa de choque da PM.

* Com reportagem de Aiuri Rebelo (Brasília), José Ricardo Leite (Fortaleza), Marinho Saldanha (Porto Alegre), Vinicius Konchinski (Rio de Janeiro) e Vanessa Ruiz (São Paulo)

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