Time de futebol americano cogita usar Arena Pantanal pós-Copa. Não sempre

Guilherme Costa

Do UOL, em Cuiabá (MT)

  • Buda Mendes/Getty Images

    Único time abertamente interessado na Arena Pantanal pós-Copa não joga o mesmo futebol da Fifa

    Único time abertamente interessado na Arena Pantanal pós-Copa não joga o mesmo futebol da Fifa

Afinal, qual vai ser o futuro dos estádios usados na Copa de 2014? Antes do início da competição, o futuro das arenas e o medo de que elas virem "elefantes brancos" são temores reais no Brasil. Essa sensação é ainda maior em cidades com menos tradição no futebol, como Amazonas e Mato Grosso. Em Cuiabá, por exemplo, a opção mais concreta atualmente de a Arena Pantanal ter esporte após o Mundial é cedê-la ao futebol. Mas ao futebol americano.

O Cuiabá Arsenal, que foi fundado em 2006 e conquistou o título brasileiro da modalidade em 2012, tem interesse de usar a Arena Pantanal para sediar seus jogos. Mas apenas em ocasiões especiais.

"Desde que Cuiabá foi escolhida como sede da Copa fala-se na Arena Pantanal e em que destino dar a ela depois da Copa. Nossos jogos atraem bastante público para os nossos padrões, e nós imaginamos que seria possível fazer partidas lá. É uma ideia", admitiu Orlando Eustáquio Alves Ferreira Júnior, presidente do Cuiabá Arsenal.

O time já iniciou conversas com a Secopa-MT sobre o uso da Arena Pantanal depois do Mundial. Contudo, a negociação só deve continuar após o término da competição esportiva.

"Queremos fazer isso da maneira correta: um evento sustentável, que consiga se pagar e eventualmente até gerar lucro. Para isso acontecer, precisamos de uma partida que atraia a atenção do público. Neste ano, se chegarmos à decisão e tivermos mando de jogo, queremos usar a Arena Pantanal. Se isso não acontecer, pensamos em um amistoso contra Flamengo ou Corinthians", completou o presidente do Cuiabá Arsenal.

Em 2013, o Cuiabá Arsenal teve média de público na casa de 2,5 mil pessoas. No playoff, o time do Mato Grosso chegou a levar 3 mil espectadores.

No mesmo ano, o Campeonato Mato-Grossense teve um total de 44.926 pagantes. O número é um pouco maior do que os 44.336 lugares da Arena Pantanal. Cuiabá, Mato Grosso e Mixto, os três times da capital, tiveram média de 446,1 ingressos vendidos por partida.

A ocupação da Arena Pantanal depois da Copa, portanto, tornou-se um problema. No início de maio deste ano, Maurício Guimarães, secretário da Secopa-MT, admitiu subsidiar a operação para que os times locais tenham condições de usar o equipamento.

"Independentemente de ser operado pelo Estado antes da concessão ou por empresa privada depois da concessão, esse patrimônio será o indutor da melhoria do futebol. Isso é regra pétrea em concessão", disse Guimarães em entrevista coletiva.

Até aqui, porém, nenhum dos times de Cuiabá mostrou interesse na gestão do estádio. Tampouco o Luverdense, que é de Lucas do Rio Verde (a 360km de Cuiabá) e está na Série B do Campeonato Brasileiro.

A versão de Guimarães é que há "uma série de empresas interessadas" na gestão arena. Contudo, o secretário não disse o nome de nenhuma delas.

Inteiramente construída com dinheiro público, a Arena Pantanal receberá quatro jogos da Copa do Mundo de 2014: Chile x Austrália, Rússia x Coreia do Sul, Bósnia x Nigéria e Colômbia x Japão, todos válidos pela primeira fase. O Governo do Mato Grosso já pagou R$ 628 milhões pelo aparato, mas a conta ainda não está fechada e pode subir.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos