Fã de Neymar já plastificou blusa para guardar o "cheirinho" do jogador
Carolina Juliano e Isabela Noronha
Do UOL, em São Paulo
Para elas, assistir aos craques em campo é pouco. As fãs gostam, precisam mesmo, é de chegar perto, sentir o cheiro, pegar um autógrafo e, quem sabe, até receber um carinho do jogador que tem um lugar especial no coração delas.
Ana Carla Rocha, de 17 anos, não se esquece do dia em que ganhou um abraço de Neymar. Foi quando o atacante, então no Santos, foi a Belo Horizonte jogar. Foi em 2010, no aeroporto de Confins, em Minas Gerais.
"Acordamos de madrugada para ir ao aeroporto, sem saber direito a que horas eles passariam por lá. Quando consegui me encontrar com ele, pedi um abraço", relata. "Minha voz nem saía, não sei como o Neymar entendeu. Mas ele simplesmente abriu os braços e foi o melhor momento da minha vida até hoje", conta.
"O cheirinho dele ficou grudado na minha blusa. Ela está plastificada, aliás", diz a garota.
Além de ir ao aeroporto, Ana já foi atrás de Neymar em hotéis e até no interior do estado. "Quando ele veio a Sete Lagoas, eu e uma amiga pegamos a bolsa e viajamos para lá. ", conta. "No jogo, ficamos gritando e ganhamos um tchau dele. Quase desmaiei", completa.
Claro: Ana tem uma pasta com recortes sobre da vida do craque, blusas do Santos com o nome dele e até um brinco estampado com a imagem do jogador. Há quatro anos, a garota mantém o fã clube @fcneymarniacas, que hoje tem mais de 4,600 seguidores. Por causa da paixão pelo jogador, fez amigas. Uma delas é Francine Almeida, 16 anos, que também tem um fã-clube virtual, o @Neymar_eternaly.
Francine também esteve cara a cara com o ídolo em 2010, no aeroporto de Confins. "Na hora em que ele desceu do ônibus, a gente ficou meio assustada. Não consegui abraçá-lo porque não sabia o que fazer! Tudo que fiz foi entregar meu presente para ele", conta a garota, que deu um urso e uma carta ao craque.
Fran ressalta que, na época, não havia mais do que cinco pessoas esperando por Neymar. Depois, ela ainda viu o ídolo muitas vezes, mas nunca mais de forma tão tranquila. "O número de gente foi aumentando", conta. "Foi ficando aquele tumulto, aquela história de ter que brigar com segurança [para chegar perto dele]", diz.
Mesmo assim, Fran continuou atrás do ídolo. Por isso, quando ele decidiu jogar fora do país foi um golpe para ela.
"Chorei muito. Fiquei desesperada de não ter mais a facilidade de poder vê-lo", diz. "Hoje acompanho pelo Twitter, Instagram e pelas redes sociais", completa.
Dentro da casa de Fred
Se o sonho da fã é conhecer o ídolo como poucos, a carioca Ana Carolina Borges Cornachi, 13 anos, pode se sentir realizada. Ela já esteve várias vezes na casa de Fred, camisa 9 da seleção, no Rio de Janeiro.
Ana Carolina já era fã do jogador quando, pela internet, fez amizade com a irmã adolescente do craque. "A gente se falava todo dia, o dia todo", conta. "Quando ela veio para o Rio, a primeira coisa que fez foi me ligar e falar 'Ana, vem para cá'", diz a garota.
Ana foi e conheceu toda a família do ídolo. "Eles são uns amores de pessoas", conta. Até o coração da Geovanna, filha de Fred, a garota conquistou. "Em janeiro, quando elas vieram, fui para a casa dele. Foi ficando tarde e minha mãe me ligou para ir me buscar. Mas a Geovanna pediu para eu ficar", lembra Ana. "Só não fiquei lá porque meu pai não deixou", lamenta.
Mesmo estando tão próxima da família de Fred, Ana não perdeu o encantamento com o craque. Ela ainda lembra em detalhes a primeira vez em que se encontraram.
Com a ajuda de um primo jornalista que tinha acesso ao vestiário, Ana conseguiu chegar perto do ídolo quando ele saía do Engenhão.
"Fiquei muito nervosa, quase desmaiei", conta. "Foi uma emoção muito grande, não sabia o que eu fazia: queria abraçar, sentir o cheiro dele, falar com ele, tocar nele, tirar uma foto com ele, tudo!", diz. "Ele é um amor de pessoa", derrete-se.
Um carinho do ídolo
As portuguesas Patrícia Loureiro, 22 anos, e Jéssica Pereira, 17 anos, conheceram Hulk no fim de 2001, quando ele jogava no Futebol Clube do Porto. As duas estiveram com o craque em tantas ocasiões que se sentem próximas dele. Em uma ocasião, o jogador chegou a consolar Patrícia, que não conseguia segurar a emoção.
"Uma vez em que fui ver um jogo no estádio eu chorava e ele acariciava meus cabelos e dizia 'não chora, por favor, não chora', era sempre muito atencioso", diz a garota. Jéssica também não continha as lágrimas perto do ídolo."Eu chorava sempre quando estava com ele, nem conseguia tirar fotografias. Depois de um certo tempo em que convivemos, já passamos a vê-lo como um amigo, é uma pessoa excelente", diz Jéssica.
As duas amigas se conheceram por causa do jogador. Assistiam sempre aos jogos do Porto no estádio e acompanhavam o jogador onde quer que ele fosse "Chegamos a ir ao aeroporto às 2h da madrugada para esperá-lo e sempre que podíamos íamos também ao estádio", diz Patrícia.
"Depois que ele se mudou para a Rússia tivemos duas oportunidades de vê-lo jogando de novo em Portugal, em uma delas ele estava machucado e não chegou a entrar em campo", conta Jéssica. "Mas mesmo assim fomos e levamos um cartaz desejando que ele melhorasse."
Elas contam que o que mais chamou a atenção delas para o jogador, além do bom futebol, foi a história de vida dele.
"O que eu mais gosto do Hulk é a humildade dele, mesmo depois de ter sido e ainda ser tudo o que ele é, não esquece as suas origens", diz Patrícia. "E ele trata sempre muito bem as pessoas, seja quem for. O que eu não gosto nele? Só o fato de ele agora estar longe".