Seleção testa estratégia contra vaias em ambiente mais hostil

Paulo Passos

Do UOL, em São Paulo

Em menos de uma semana, a seleção brasileira jogará duas vezes na cidade que costuma ser a mais hostil com o time pentacampeão mundial. Mano Menezes e Dunga sofreram com vaias recentemente em jogos em São Paulo, palco do amistoso do Brasil contra a Sérvia, nesta sexta, às 16h, e da abertura da Copa do Mundo, contra a Croácia, na próxima quinta, dia 12 de junho. Luiz Felipe Scolari terá a chance de testar a sua estratégia anti-vaias.

O roteiro do time de para bloquear a desconfiança é conhecido do time de Felipão: gol nos primeiros minutos de jogo (foi assim em três dos cinco jogos da Copa das Confederações), pegada todo tempo e Neymar salvador. Em Goiânia, por exemplo, foi o astro do time que abriu o placar e barrou as vaias que já eram ouvidas no Serra Dourada.

Ídolo no Palmeiras, Scolari nunca jogou com a seleção em São Paulo. Em entrevista coletiva, nesta quinta-feira, reconheceu o histórico hostil do público paulista e admitiu até que consultou Marin sobre jogar em outro estado.

"Ele disse que gostaria que o jogo fosse em São Paulo. Eu obedeço", afirmou o técnico. "Precisamos estar conectados com o torcedor, sabendo que o torcedor é passional. Se não formos um grupo, do Brasil todos juntos, nunca vamos melhorar em nada. A torcida é importante, que ela dê o apoio, cite o nome de um jogador, de outro, para que eles se motivem dentro de campo. E contamos com isso lá em São Paulo", pediu. 

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Relembre os casos mais emblemáticos de vaias à seleção
  • Leonardo Soares/UOL
    Com Mano, Neymar não escapa das vaias
    Nem o principal craque da seleção brasileira escapou das vaias no último jogo do Brasil em São Paulo. Substituído no segundo tempo, Neymar, que ainda jogava no Santos, foi alvo da torcida no Morumbi, em 2012. O time de Mano Menezes venceu, por 1 a 0, a África do Sul, com gol de Hulk, que também ouviu críticas da torcida no estádio. Foto: Leonardo Soares/UOL
  • Caio Guatelli/Folhapress
    Sob ira da torcida, Dunga 'acha' time da Copa
    Ele só foi chamado porque Afonso, "achado" de Dunga na seleção, se lesionou. Na última hora, Luís Fabiano ganhou lugar no time titular e garantiu a vitória do Brasil sobre o Uruguai, por 2 a 1, em 2007. No jogo, o técnico definiu a equipe da Copa, que começaria com Júlio César no gol e teria o atacante são-paulino de camisa 9. Apesar da vitória, houve vaias da torcida e xingamentos a Dunga. Foto: Caio Guatelli/Folhapress
  • Cesar Rodrigues/Folhapress
    Jogo das bandeiras com Leão
    O Brasil até venceu a Colômbia, em novembro de 2000, no Morumbi, pelas eliminatórias da Copa. E daí? O que ficou marcado mesmo foi o futebol fraco e a indignação do torcedor, que jogou as bandeiras que foram distribuídas no gramado. Leão era o técnico e a seleção vivia uma crise que só se encerrou com a conquista da Copa de 2002, com Felipão no comando. Foto: Cesar Rodrigues/Folhapress
  • Arquivo/EFE
    Nem timaço de 1970 foi poupado
    Em abril, às vésperas da Copa de 70, o time que conquistou o tricampeonato jogou no Morumbi. Depois de um 0 a 0 com a Bulgária, a seleção foi vaiado pela torcida. Paulo César Caju, do Botafogo, era o principal alvo. "A vaia começou antes do jogo, continuou durante o jogo e depois do jogo. Mas se me perguntarem quem empatou com os búlgaros, eu diria: a anti-torcida", escreveu Nelson Rodrigues. Foto: Arquivo/EFE
  • Hindas, Suécia, 00.00.1958. Foto de Arquivo Pessoal)
    Vaias e lesão de Pelé garoto em 1958
    Um jogo-treino contra o Corinthians em maio de 1958, antes do embarque para a Copa da Suécia, ficou marcado por dois fatos. Uma lesão de Pelé, que deixou o gramado do Pacaembu chorando depois de levar uma entrada do zagueiro Ari Clemente, e queixas da torcida, apesar do placar de 5 a 0. Corintianos vaiaram a seleção e reclamaram da ausência do atacante Luizinho, ídolo do clube. Foto: Hindas, Suécia, 00.00.1958. Foto de Arquivo Pessoal)

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