Esqueça o Neymar das dancinhas e coreografias. Na seleção ele dá soco no ar

Gustavo Franceschini e Paulo Passos

Do UOL, em São Paulo

Quando surgiu no Santos em 2010, Neymar notabilizou-se pelas comemorações divertidas, com dancinhas e coreografias. De lá para cá, lançou moda, tirou sarro... Agora, ao menos na seleção, esse tempo parece ter ficado para trás. Com a camisa do Brasil, o atacante celebra seus gols à moda antiga, com um soco no ar.

Foi assim que ele fez a festa após abrir o placar contra o Panamá na última terça, no Serra Dourada, em Goiânia. Depois da cobrança de falta que aliviou o clima de um jogo que se desenhava tenso, o camisa 10 correu, saltou e desferiu uma espécie de gancho com o braço direito.

"Sempre fiz essa, desde o Santos. Foi uma comemoração que eu acabei fazendo, saiu em todos os gols", disse Neymar depois do jogo, ainda em Goiânia.

De fato, Neymar sempre deu o soco no ar. Só que seu repertório, em termos de comemorações, é variado. Em 2010, por exemplo, ele virou comercial ao lado de Ganso e Robinho dançando a música "Single Ladies", da cantora Beyoncé.

Nos anos seguintes, tornou-se uma espécie de propulsor de cantores. Ajudou Michel Teló a espalhar seu "Ai se eu te pego", popularizou o "Tchê Tchererê Tchê Tchê" de Gustavo Lima e até foi citado em "Tchu Tcha Tchá", de João Lucas e Marcelo. Depois de cada gol, sozinho ou acompanhado, Neymar testava a coreografia ensaiada nos vestiários, atraindo todas as câmeras para si.

Se também teve seus momentos dançantes na seleção, de uns tempos para cá Neymar mudou. Dos 31 gols que já marcou com a camisa verde-amarela, 15 foram comemorados com soco no ar, e apenas quatro com algum tipo de coreografia. Com Felipão, dancinhas só de maneira discreta. Na Copa das Confederações, por exemplo, ele gingou sozinho ao marcar contra Japão e Itália, por exemplo, mas sempre depois de desferir seu gancho. 

Quando não comemora com soco no ar ou dancinha, Neymar não costuma extravasar muito. Por cinco vezes o atacante simplesmente não comemorou, como foi quando marcou o segundo gol do Brasil na derrota por 3 a 2 para a Alemanha em 2011. Em outras quatro, abraçou efusivamente os companheiros que lhe serviram, como fez com Pato no ano passado, no 2 a 2 contra o Chile no Mineirão.

Por vezes, a reação é espontânea. Em seu primeiro gol pela seleção, contra os Estados Unidos, em 2010, Neymar simplesmente ajoelhou com os braços erguidos para o céu. Até 2012, porém, foram as coreografias que dominaram as celebrações do jogador, que por vezes foi colocado em xeque na seleção.

A imagem da mudança foi a Copa das Confederações, em todos os sentidos. Dos quatro gols marcados pelo jogador no torneio, só um não teve a combinação soco no ar e vibração forte: o da final contra a Espanha, em que a festa foi na galera, ao lado de Oscar, quando ambos foram abraçados pelo público da primeira fileira do Maracanã.

As dancinhas se foram junto com os visuais extravagantes. Desde o começo de 2013, quando pintou o cabelo de loiro, Neymar não tem ousado tanto nos cortes e penteados. Hoje, o moicano comprido e as cores diferentes ficaram para trás, e o camisa 10 apresenta uma imagem muito mais parecida com aquela que fez sucesso na Copa das Confederações: mais discreta.

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