Twitter faz convites e seduz quase toda a seleção. Mas esbarra em esposas
Luiza Oliveira e Pedro Ivo Almeida
Do UOL, em Teresópolis (RJ)
-
Reprodução
Neymar é um dos atletas da seleção mais assíduos no Twitter
As solicitações para entrevistas, fotos com fãs e ações com patrocinadores não são as únicas que os jogadores da seleção brasileira recebem neste início de preparação para a Copa do Mundo. Nos corredores da Granja Comary, até mesmo convites para ativarem contas no Twitter têm feito parte da rotina dos comandados de Luiz Felipe Scolari.
A ação nada tem a ver com parceiros. Representantes da rede social baseada em posts de até 140 caracteres frequentam o centro de treinamento da seleção e tentam elevar o número de jogadores ativos no microblog.
A ideia é mostrar aos atletas os benefícios de um canal direto de comunicação, sem filtros, e ainda com um feedback instantâneo do público, agindo como um termômetro. A missão vem sendo bem cumprida.
Somente nos últimos dois meses, o microblog cresceu em representatividade dentro da seleção e teve três caras novas entre os convocados para a Copa: Oscar, Hernanes e Victor, o novato do grupo. O goleiro do Atlético-MG aderiu à moda na última quarta-feira e em um dia de uso somou mais de 7500 seguidores.
Dos 23 jogadores, 15 possuem um perfil – sendo que a empresa não confirma o nome de Henrique, já que sua conta não foi verificada. Ou seja, não recebeu o selo que garante a autenticidade do perfil.
A lista de participantes só não conta com os 23 jogadores da delegação por um medo curioso de alguns: o "dedo nervoso" das esposas.
Nomes como o goleiro Júlio César e o meia Ramires deixam claro que não têm intenção de interagir com fãs ou amigos em redes sociais por conta de episódios polêmicos envolvendo suas companheiras no passado.
Em 2011, a esposa de Júlio, Susana Werner, cornetou o marido no Twitter após uma falha no jogo contra o Equador. No mesmo dia, ela deletou o comentário e deixou de usar a rede social.
Já Ramires viu sua esposa causar ainda mais polêmica. Em 2013, ao ver o marido não ser convocado para a Copa das Confederações, ela detonou a CBF, falou em "seleção medíocre que vive de panela e máfia", além de dizer que o Brasil nunca mais seria o melhor do mundo em post em outra rede.
Thiago Silva é sonho; Felipão fica distante
Se Ramires e Júlio César são cartas praticamente fora do baralho, um outro nome é o sonho de consumo dos executivos do Twitter: o capitão Thiago Silva. Ainda sem uma conta no microblog, o zagueiro do PSG representaria credibilidade e valor para a rede social.
E não é somente uma conta que o Twitter busca nos jogadores. Na visão da empresa, um bom nome na rede social é aquele atleta que interage frequentemente, usa diferentes formas de mídias, mostra engajamento em campanhas sociais e ainda torna sua página um canal direto para comunicação com imprensa e seguidores.
Outro nome desejado pelo espaço de 140 caracteres é o de Luiz Felipe Scolari. O técnico da seleção, no entanto, já informou que é avesso às redes sociais e não pretende completar a lista.