Protesto contra a Copa em SP reúne 500 pessoas; metrô tem tumulto após ato
Felipe Pereira
Do UOL, em São Paulo
*Atualizada às 20h01
A manifestação Ocupa São Paulo, que ocorreu neste sábado e tinha como alvo a Copa do Mundo, reuniu 500 pessoas, segundo a Polícia Militar, e transcorreu sem quaisquer registros de violência. Após o protesto, no entanto, um tumulto aconteceu na estação Barra Funda do metrô. Manifestantes tentaram invadir o local, mas foram contidos pela PM. Na confusão, dois leitores de cartões foram danificados e o local chegou a fechar parcialmente. Apesar disso, ninguém foi detido, segundo a PM.
Mais cedo, apesar do forte aparato da PM, os manifestantes percorreram ruas do centro e zona oeste paulistana e terminaram com um ato, em frente à sede da Federação Paulista de Futebol, que homenageou os oito operários que morreram nas obras dos estádios para o Mundial.
Após se concentrarem na Praça Ramos e cortarem ruas do centro da cidade, os manifestantes chegaram à sede da Federação Paulista de Futebol, na Av. Marques de São Vicente, na zona oeste. Lá, algumas pessoas deitaram na pista e, vestidas de branco, simbolizaram os operários que morreram nas obras dos estádios para o Mundial. Lençóis com os nomes dos oito operários e uma bandeira do Brasil foram queimados. O trânsito foi interrompido, mas já liberado.
O grito de "não vai ter Copa", que virou marca das manifestações desde junho de 2013, voltou a ser entoado neste sábado. Governo, empreiteiras, Fifa, Rede Globo e Ronaldo integrante do Comitê de Organização da Copa (COL), foram os principais alvos de ataque. Cartazes traziam ofensas contra o ex-jogador da seleção brasileira, que estreia na Copa no próximo dia 12, no Itaquerão.
Do outro lado, cerca de 140 policiais acompanharam toda a movimentação. A grande novidade foi o traje utilizado pelos PMs. Um equipamento de segurança que protege braços, cotovelos, pernas e costas foi colocado na rua pela pelo chamado pelotão de intervenção da Polícia Militar. Chamado de exoesqueleto, o uniforme é feito de polietileno e funciona como um escudo para ataques de pedras e paus.
Os manifestantes ironizam chamando os policiais com a vestimenta de 'Robocops', citando o personagem de "Robocop", filme de 1987 de Paul Verhoeven e que teve remake do brasileiro José Padilha lançado no início do ano.
O grupo de manifestantes, sob o comando de três líderes, fez um discurso sobre o plano de ação durante a Copa do Mundo. Uma reunião já está agendada para a quarta-feira, na frente do Masp, às 19h. Ali será discutido o plano para "organizar a resistência e a revolta durante a Copa", como falam os próprios participantes do movimento. Entretanto, nenhum deles aceitou conversar com a reportagem do UOL Esporte.