Ponto "gelado" da rota do Brasil na Copa, Teresópolis não assusta comissão
Gustavo Franceschini, Paulo Passos e Ricardo Perrone
Do UOL, em São Paulo
Se for líder do seu grupo e chegar até a final da Copa do Mundo, o Brasil não passará por nenhum lugar mais frio do que Teresópolis, sua base na preparação para o torneio em casa. Com destinos como Fortaleza no caminho, a equipe Luiz Felipe Scolari se prepara sob chuva, vento e neblina, clima que não tira o sono da comissão técnica.
"O atleta cria um lastro fisiológico para essa situação. Óbvio que quem não pratica exercícios com frequência sente dificuldade em ambientes muito diferentes. Mas o atleta cria um lastro fisiológico que faz ele suportar isso muito melhor", disse Serafim Borges, cardiologista da seleção brasileira.
Desde a chegada da delegação, na última segunda, esta quarta foi o dia mais frio. O treino da manhã, ainda só com os goleiros, começou sob forte neblina. À tarde, a chuva constante e o vento gelado incomodaram com os termômetros marcando 16ºC. Neymar, por exemplo, foi para o campo de gorro.
Até uma eventual decisão no Maracanã, o Brasil visitará Goiânia, São Paulo, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em nenhum caso a temperatura média chega perto de Teresópolis, que fica na região serrana, a mais de 800m do nível do mar. Em Fortaleza, onde o Brasil jogará duas vezes, os termômetros costumam girar em torno de 27º C.
"Nós temos clima tropical. Hoje, mesmo na região Nordeste, a gente vê que Recife tem chovido muito, Fortaleza também. Para nós da comissão essa questão não é irrelevante, mas por ser somente um jogo não é um problema. Se fosse ficar, seria. Mas você realiza o jogo e sai da cidade. Não podemos desprezar o que temos de estrutura aqui em função de passar um ou dois dias assim", disse o preparador físico Paulo Paixão.
O Brasil deve ficar o mínimo possível em cada um de seus compromissos. Na semana que vem, por exemplo, vai chegar em São Paulo somente um dia antes do amistoso contra a Sérvia, mesmo expediente que será utilizado em Fortaleza, por exemplo, no segundo jogo da primeira fase da Copa. Com tanto tempo viajando, a comissão técnica terá trabalho até no avião.
"Dá para recuperar sim. Se o jogador está com algum problema, no caminho para cá já dá para aplicar um anti-inflamatório, colocar o membro lesionado em suspensão. E aí quando chegar aqui, com a estrutura que temos, podemos fazer todos os exames", disse José Luiz Runco, médico da seleção.
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