Copa do Brasil

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Acontece nesta quarta-feira, às 21h (horário de Cuiabá), a primeira partida oficial na Arena Pantanal, entre Mixto e Santos, válida pela Copa do Brasil. O estádio e seu entorno, porém, seguem em obras.

Além disso, embora as autoridades locais anunciem que será testado nesta quarta-feira o esquema de segurança que será posto em prática na Copa, o jogo não contará com a equipe de mil profissionais treinados para atuar em grandes eventos que a Fifa exige para o Mundial.

Por causa disso, no início da semana, a Polícia Federal ameaçou intervir, pedindo o cancelamento do jogo desta quarta, por falta de segurança. O Governo do Estado de Mato Grosso, então, anunciou o deslocamento de mil homens das polícias Militar e Civil para garantir a segurança e a realização do evento.

Na Copa, não poderá ser assim. A Fifa exige que, nos jogos do Mundial, os estádios contem com uma equipe privada de segurança de, no mínimo, mil homens que tenham feito um curso especial para atuar em grandes eventos.

De acordo com o chefe da Delegacia de Controle de Segurança Privada da Polícia Federal em Mato Grosso, delegado Luciano Azevedo Salgado, em todo o Estado de Mato Grosso, há menos de 15 seguranças privados que já fizeram este curso.

O Governo de Mato Grosso não nega a necessidade de formar este contingente até a Copa, mas afirma que, até o dia 12 de junho, data de início do Mundial, há tempo para fazê-lo. Segundo informou a Secopa-MT (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo), o curso de formação de seguranças para grandes eventos não leva mais do que 30 dias.  

Corrida contra o tempo

Até o início da Copa, ainda há muito o que fazer dentro e fora da Arena Pantanal, conforme constatou a reportagem do UOL Esporte na última terça-feira, a pouco mais de 24 horas do jogo inaugural.

Na área interna do estádio, o que mais salta aos olhos são as cadeiras de arquibancada, ou a falta delas.  Até agora, somente 21 mil das 44 mil cadeiras que preencherão a arena foram instaladas. É que a compra do equipamento, além de ter sido feita com mais de seis meses de atraso, foi objeto de uma batalha jurídica entre governo estadual, empresa fornecedora e Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por suspeita de superfaturamento.

A Arena Pantanal começou a ser construída em abril de 2010. A data de entrega inicial era dezembro de 2012. O contrato de compra das cadeiras, porém, só foi assinado pelo governo estadual com a empresa fornecedora, a Kango Brasil, em julho do ano passado.

O valor era de R$ 19,4 milhões, ou duas vezes e meia o valor pago por cadeira no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, cuja fornecedora foi a mesma Kango Brasil.

O Ministério Público, então, pediu a anulação do contrato, no que foi atendido, em um primeiro momento, pelo governo estadual. A Kango, porém, alegou que já estava fabricando as cadeiras, e ameaçou ir à Justiça para cobrar a multa prevista por quebra de contrato, o que acabaria por encarecer ainda mais a arena. Foi feito, então, um acordo para que o contrato inicial voltasse a ter valor, porém com uma redução para R$ 18,2 milhões. Com este inbróglio, perdeu-se mais quatro meses.

Já nas ruas que dão acesso à arena, o que se via na última terça-feira, a pouco mais de 24 horas do jogo inaugural, era um intenso movimento de caminhões e máquinas, além de vias interditadas e muito entulho. Em uma das avenidas que passa em frente ao estádio (Ranulpho Paes de Barros), a calçada foi removida para dar espaço às obras, e torcedores e moradores a região terão que passar por caminhos de terra com tapumes improvisados.

Tanto para a partida desta quarta quanto para os quatro jogos da Copa que serão disputados na Arena Pantanal haverá um esquema especial de transporte e acesso às vias de entorno do estádio. Somente poderão acessar as ruas próximas ao evento veículos autorizados ou de moradores da região.

Os torcedores poderão chegar à arena de ônibus, que circularão em duas linhas especiais (Centro-Arena e Arena-Centro) das 17h à meia-noite.

A Arena Pantanal está sendo construída pelo Governo do Estado de Mato Grosso, com recursos próprios e empréstimo federal. A previsão inicial de custo era de R$ 342 milhões. Atualmente, está em R$ 570 milhões. Se for levada em consideração a previsão de custo das estruturas provisórias que serão montadas para a Copa, que serão integralmente pagas pelo Estado de Mato Grosso, o valor salta para R$ 605 milhões.