Volante de confiança de Scolari elogia técnico algoz de atletas brasileiros

Paulo Passos

Do UOL, em São Paulo

Titular na Copa das Confederações, Luiz Gustavo é nome certo na lista de Luiz Felipe Scolari para o Mundial deste ano. O volante, natural Pindamonhangaba, se firmou como jogador na Europa, após passagens pelo CRB e o Corinthians de Alagoas no Brasil. O crescimento fora do país teve forte influência, segundo o próprio, de um técnico que ganhou fama de "algoz" de jogadores brasileiros.

"O Van Gaal foi o melhor treinador que eu tive. Dentro de campo, ele tem trabalhos que conseguem melhorar um jogador, transformar ele num atleta melhor. Fez isso comigo e com os jogadores do Bayern, que hoje são a base da seleção alemã", afirmou Luiz Gustavo em entrevista ao UOL Esporte.

Atual comandante da seleção holandesa, Louis Van Gaal teve problemas com jogadores brasileiros. No Barcelona, foi criticado por Rivaldo e Giovanni, que chegou a chamá-lo de "Hitler dos jogadores brasileiros". Quando chegou ao Bayern Munique, o técnico pediu que Lúcio e Zé Roberto, ídolos do clube, fossem negociados, o que acabou acontecendo.

"Ele nunca falou nada sobre brasileiros comigo. Mas ele não é duro só com brasileiros, não. Ele cobrava de todo mundo. Acho que é coisa da nossa cabeça", minimiza Luiz Gustavo, que foi contratado a pedido do técnico holandês.

"Fora de campo, Van Gaal é um cara muito correto. Não tem jogador A ou B, todo mundo é igual. Para mim que estava chegando ao clube, isso me ajudou muito. Pena ter trabalhado com ele só por meia temporada, queria mais tempo", diz.

Luiz Gustavo trocou o Bayern pelo Wolfsburg no início desta temporada na Europa. A mudança seguiu uma orientação de Luiz Felipe Scolari, após o volante perder a posição de titular no time de Munique.

"Ele deixou isso claro para todo mundo, que para chegar à Copa era preciso estar jogando. Nós sabemos, mais do que ninguém, que se ficarmos sem jogar é difícil de estar na seleção. Eu tinha que continuar jogando e por isso achei que o melhor era sair", conta o volante.

A decisão de deixar o time que venceu tudo na última temporada foi tomada após uma conversa com Pep Guardiola, que assumiu o clube alemão em junho. "Foi uma conversa franca, profissional. Não teve mágoa, ressentimento, mas achei que era melhor ir para um time em que pudesse jogar", afirma.

Sem vergonha de marcar
Na seleção brasileira, Luiz Gustavo conquistou a posição de titular nos amistosos prévios à Copa das Confederações. Um dia antes do jogo contra a Inglaterra, em junho de 2013, no Maracanã, foi testado por Felipão no treinamento.

"Eu estava me preparando muito. Eu não estava de titular nos últimos jogos do Bayern. Então eu treinei bem no clube para estar bem preparado fisicamente. No treino antes do amistoso, trabalhei como se fosse um jogo. Foi questão de preparação e aproveitar a oportunidade", explica.

Em campo, o volante seguiu a cartilha do técnico. "Não tenho vergonha nenhuma de ficar marcando, de ser um marcador. Volante tem que marcar e ponto", diz.

A seleção brasileira terá mais um amistoso antes da convocação final para a Copa do Mundo. Em março, o time de Felipão enfrentará a África do Sul em Johanesburgo. A lista de jogadores para o Mundial será divulgada no dia 7 de maio.

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