Com fome de patrocínios, CBF fecha com rivais dos parceiros da Copa
Paulo Passos
Do UOL, em São Paulo
Dona de um portfólio de 14 patrocinadores, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda busca novas empresas para aumentar sua receita. A estratégia da entidade, que faturou R$ 235,6 milhões com patrocínios em 2012, é aproveitar o ano de Copa do Mundo e inflar a sua carteira de parceiros. E o foco da CBF é em empresas que concorram com os patrocinadores da Copa do Mundo.
Das 14 empresas que têm contrato com a entidade, nove delas (Nike, Mastercard, Vivo, Samsung, P&G, Volkswagen, Gol, EF Englishtown e Unimed) são rivais diretas de marcas parceiras da Fifa (Federação Internacional de Futebol). Caso, por exemplo, do maior patrocinador da seleção, a Nike, que tem a sua rival Adidas como uma das empresas patrocinadoras mais antigas da Copa do Mundo.
Com as regras rígidas da Fifa em relação à proteção de marcas, nenhum patrocinador que não está no portfólio de anunciantes da dona do torneio pode fazer referências diretas à competição em campanhas publicitárias. Sendo assim, empresas patrocinam a CBF para conseguir usar o tema Mundial em anúncios usando a seleção brasileira.
"Em 2010, a Lufthansa (companhia aérea alemã) patrocinou a seleção da Alemanha. A Emirates era a patrocinadora da Copa. Foi feito um levantamento no país após o torneio que que as pessoas identificaram muito mais a marca da companhia alemã com a Copa", afirma Andre Marques, diretor da EF Englishtown.
A rede virtual de escolas de inglês foi a última dos 14 patrocinadores a fechar com a CBF. A empresa tem a sua rival Wise Up como parceira da Fifa para a Copa de 2014.
O UOL Esporte apurou que a CBF negociou no último semestre com pelos menos outras três empresas, além da Samsung e da EF Englishtown, últimos parceiros anunciados. Não houve sucesso nos acordos por conta de exigências dos atuais patrocinadores. É que as empresas garantem em contrato que grupos que tenham produtos concorrentes aos seus não possam entrar no portfólio e usar a marca da seleção. A entidade negocia ainda com uma empresa de material de construção civil.
"Para mim não importa quantos patrocinadores são. Eu quero é cada vez mais. Através dos patrocínios que temos obtido, podemos fomentar o futebol em todo o país", afirmou o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin.
O cartola alega que com o dinheiro dos patrocínios é possível pagar as despesas das séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro. A entidade, porém, não divulga os valores dos contratos.
Barrados na Copa
A exposição das marcas em cartazes nas entrevistas coletivas e nos uniformes de treino dos jogadores são os principais atrativos para as empresas que patrocinam a seleção. Durante o Mundial, porém, essa mídia é vetada pela Fifa.
No torneio, as seleções podem exibir apenas a marca esportiva do uniforme. Placas de publicidade nos campos de treinamento e cartazes nas entrevistas são exclusivos para os patrocinadores da dona da Copa do Mundo.
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