Fator casa é o grande trunfo da Jordânia contra sul-americano
Do UOL, em São Paulo
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Anvar Ilyasov/AP
10.set.2013- Saeed Al Murjan comemora seu gol contra o Uzbequistão, pelas eliminatórias da Ásia. Nos pênaltis, a Jordânia venceu por 9 a 8 e vai enfrentar um time sul-americano na repescagem
Depois de ganhar do Uzbequistão nos pênaltis a vaga para a repescagem da Copa do Mundo, a Jordânia tem um desafio gigantesco pela frente. Vai enfrentar, em dois jogos, a quinta colocada das eliminatórias sul-americanas: provavelmente Equador ou Uruguai. Qualquer que seja a adversária, as chances jordanianas são mínimas. A menos que o time consiga repetir a estratégia que o fez chegar até à repescagem, fazendo sobretudo valer a vantagem de jogar em casa.
Nas eliminatórias, o time colecionou péssimos resultados nas partidas realizadas em terreno inimigo. Foi goleada por Japão (6 a 0) e Austrália (4 a 0), e ainda perdeu para Omã e Iraque, além de empatar com Nepal, seleção que ocupa a 170ª posição no ranking da Fifa.
Mas jogando no estádio Rei Abdullah, em Amã, capital do país, a Jordânia mostrou força. Ganhou quase todos os jogos, incluindo contra o Japão e a Austrália. O pior resultado foi um empate por 1 a 1 contra o Iraque. É dessa força que a seleção precisará contra o quinto colocado das eliminatórias da América do Sul, no dia 13 ou 14 de novembro, quando será realizado o primeiro jogo da repescagem, em Amã.
Mesmo contando com o fator casa, no entanto, os jordanianos não devem se animar muito. Na 71ª posição no ranking da Fifa, devem enfrentar Uruguai, atualmente o quinto colocado das eliminatórias sul-americanas, ou o Equador, caso seja ultrapassado pelo Uruguai. As duas seleções ocupam, respectivamente, o 12º e o 17º lugar no ranking da Fifa, que, se não é o modo ideal de medir a força de um time, pelo menos neste caso ilustra bem a disparidade entre as equipes.
As principais chances da Jordânia estão nos pés de Hassan Abdel-Fatah, de 31 anos, e de Ahmad Hayel, 29. Os dois são os artilheiros do time nas eliminatórias asiáticas, com sete gols cada. Mas enquanto os prováveis adversários da Jordânia têm jogadores nas melhores ligas do planeta, como os uruguaios Cavani (Paris Saint-Germain) e Suárez (Liverpool), os artilheiros jordanianos atuam em times bem menos expressivos das ligas árabes. Abdel-Fatah joga no Al-Wehdat, time várias vezes campeão na Jordânia, mas praticamente desconhecido fora do país. Hayel joga no Al-Arabi, time mais vitorioso do Kuwait. Odai Al-Saify chegou a jogar na Europa, mas no Skoda Xanthi, da Grécia.
Provavelmente, após os confrontos com os sul-americanos, o único integrante da seleção com experiência em uma Copa do Mundo continuará sendo o egípcio Hossam Hassan, técnico do time. Contratado em junho para substituir o iraquiano Adnan Al-Abassi, que ficou no comando de 2011 a 2013, Hassan disputou a Copa do Mundo de 1990, na Itália, pelo Egito. "Jogar a Copa do Mundo é o sonho de todo jogador. Eu falo com os jogadores e posso dizer que esse time tem um grande desejo de ir até o fim e conseguir realizar esse sonho", disse Hassan, em entrevista ao site da Fifa. Resta saber se isso será suficiente para garantir a classificação inédita para a Copa.