EUA tentam usar "fator Klinsmann" por novo milagre na grama no Brasil

Do UOL, em São Paulo

A participação dos Estados Unidos na Copa do Mundo de 1950, que foi realizada no Brasil, foi marcada por um jogo que os norte-americanos chamaram de "milagre na grama". Em 2014, eles voltarão ao país da América do Sul para disputar a principal competição do futebol global. E na busca por um novo milagre, a maior aposta é o treinador Jürgen Klinsmann.

Como jogador, Klinsmann fez parte da Alemanha que conquistou a Copa do Mundo de 1990. No entanto, é na história dele como técnico que a seleção dos Estados Unidos aposta.

Klinsmann foi o comandante da seleção alemã anfitriã da Copa do Mundo de 2006. Ele foi um dos grandes responsáveis pela equipe que atingiu as semifinais e mobilizou o país em torno da competição.

"Ele não foi contratado para classificar a seleção para a Copa, mas para dar a certeza de que o time estará preparado quando chegar aos momentos mais agudos da competição", explicou Alexi Lalas, ex-jogador da equipe nacional dos Estados Unidos, que atualmente é dirigente da liga profissional do país (MLS) e também trabalha como comentarista da "ESPN".

Aos 49 anos, Klinsmann tem grande ligação com os Estados Unidos. O alemão é casado com uma norte-americana e vive há 15 temporadas no país cuja seleção ele comanda agora.

Na primeira entrevista coletiva após ter sido contratado, o técnico disse que tentaria formar uma seleção norte-americana que refletisse a mentalidade e a cultura do país. Ele teve problemas, como um desentendimento com o jogador Dempsey em janeiro e uma campanha irregular nas Eliminatórias, mas isso não impediu a classificação para a Copa do Mundo de 2014.

A competição sediada no Brasil será a sétima consecutiva dos Estados Unidos, que participam ininterruptamente da Copa do Mundo desde 1990. Com Klinsmann, os norte-americanos tentarão repetir um momento histórico vivido no país sul-americano.

Em 1950, os Estados Unidos disputaram três partidas na Copa do Mundo sediada no Brasil. Foram duas derrotas, para Espanha e Chile, e uma vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra. Esse jogo recebeu da revista "Sports Illustrated" muitos anos depois o título de "milagre na grama".

Meses antes da Copa do Mundo, a Inglaterra havia derrotado um combinado da Europa por 6 a 1. Além do momento, os britânicos já tinham mais tradição no futebol do que os Estados Unidos.

O título "milagre na grama" foi escolhido pela "Sports Illustrated" para dar uma ideia do quanto a vitória dos norte-americanos era improvável. O mote é uma referência ao "milagre no gelo", como ficou conhecido o triunfo dos Estados Unidos sobre a União Soviética no hóquei no gelo dos Jogos Olímpicos de inverno de 1980.

Mas o que seria um "milagre na grama" para os Estados Unidos na Copa do Mundo de 2014? A resposta é uma campanha que reflita o que Klismann disse em sua primeira entrevista coletiva.

A melhor participação dos Estados Unidos na sequência de seis Copas do Mundo seguidas que a seleção disputou foi registrada em 2002. Os norte-americanos chegaram às quartas de final e foram eliminados exatamente pela Alemanha, terra natal de Klinsmann.

A participação dos Estados Unidos na Copa de 2014 é chave para um processo maior. O futebol tem crescido em popularidade no país – a MLS, por exemplo, tem média de 17.985 torcedores por jogo nos estádios em 2013.

A ESPN teve média de 311 mil pessoas ligadas na TV a cada jogo da MLS em 2012. A NBC registrou mais 125 mil. E os Estados Unidos têm investido em produtos como a Premier League, que terá todas as partidas exibidas no país a partir da temporada 2013/2014.

Na Copa do Mundo do Brasil, portanto, os Estados Unidos jogarão por mais do que uma campanha positiva. A seleção tentará justificar o entusiasmo que o país tem desenvolvido pelo futebol. A nove meses do início do torneio de 2014, é esse o desafio que está nas mãos de Klinsmann.

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