A reação da torcida brasileira ao toque de bola paciente e envolvente da Espanha surpreendeu a muitos, com as vaias vistas nas partidas dos europeus pela Copa das Confederações. O jornal espanhol As, em um artigo de opinião, criticou a atitude do público e afirmou que, no fundo, o medo é que tem levado às provocações antes da final deste domingo, no Maracanã.

"Ninguém quer reconhecer que são traços de medo. Medo que a Espanha pinte a cara do Brasil em sua própria casa, no Maracanã. Tudo isso conduziu a uma situação completamente absurda", afirmou o colunista J. J. Santos.

"Porque é absurdo que em um país que ama o jogo bonito se vaie quem joga bonito. Porque um país que foi campeão do mundo cinco vezes deveria ter mais respeito com o atual campeão", atacou ele.

A Espanha chegou a ter quase 80% de posse de bola contra o Uruguai, na sua estreia na Copa das Confederações. E, em vez de o público aplaudir o domínio que levou o time de Xavi e Iniesta, foram ouvidas vaias e reclamações, indicando que os passes de lado a lado não estavam trazendo emoção.

J. J. Santos admite que a semifinal foi pior que o esperado. "Se alguma vez merecemos alguma bronca foi na semifinal. A Itália e o calor nos mataram". E conta que um dos astros fica incólume no meio da barulheira dos espectadores. "De tudo isso, Iniesta se salva. Cada vez que aparece no telão, aplausos."

E o colunista termina dizendo o que espera do jogo deste domingo, às 19h (de Brasília), com acompanhamento do Placar UOL. "Na final, os ruídos ecoarão. Mas estamos acostumados. A melhor forma de contestar a falta de respeito é vencendo no Maracanã."