Brasil testa contra a Espanha seu histórico ruim contra "times da moda"
Gustavo Franceschini
Do UOL, no Rio de Janeiro
A Espanha, campeã mundial e bi europeia, vai enfrentar o Brasil na condição de favorita, como o próprio Neymar admitiu. Na final da Copa das Confederações, portanto, a seleção brasileira poderá testar mais uma vez sua força contra "times da moda", historicamente complicados para a equipe verde-amarela.
Acostumado ao papel de favorito, o Brasil já enfrentou rivais em grande fase em pelo menos cinco vezes em sua história. Em todas, tropeçou.
A primeira foi em 1938. Na Copa que foi disputada na França, a terceira da história, a seleção ameaçou engrenar durante a competição, mas parou no bicho-papão da época. A Itália tinha sido campeã quatro anos antes e também ostentava o ouro olímpico de 1936, quando a medalha ainda media a força das principais seleções. Com um 2 a 1 impiedoso, os europeus ratificaram o favoritismo na semifinal.
Em 1954, 16 anos depois, o time da moda era a Hungria, campeã olímpica dois anos antes e dona de uma invencibilidade histórica, com 20 jogos em quatro anos. Mais uma vez, a seleção cruzou com a rival favorita durante a Copa do Mundo, desta vez nas quartas. De novo, o Brasil caiu, desta vez com um 4 a 2 em Berna, em um jogo marcante para a seleção.
A partir daí, a seleção passou a construir suas maiores glórias no futebol, com os títulos de 1958, 1962 e 1970. Em 1974, na Alemanha, porém, quem mandava no futebol já era a Holanda e sua revolução tática.
Feyenoord (uma vez) e Ajax (três vezes) haviam vencido a Liga dos Campeões quatro vezes nos anteriores àquela Copa. Quando Brasil e Holanda se enfrentaram, na fase semifinal do torneio, a Holanda já havia encantado sob o comando de Cruyff e foi dura na disputa pela vaga na decisão: 2 a 0, com o time de Zagallo servindo de plateia para o show adversário.
Em 2001, novo tropeço contra um favorito. A França de Zidane, àquela altura, era líder do ranking da Fifa e somava a Copa de 1998 à Eurocopa vencida dois anos depois. O melhor time do mundo foi para a Copa das Confederações sem sua maior estrela, mas com jogadores como Desailly, Vieira, Pires e Anelka.
O Brasil de Leão (e Leomar, Fabio Rochemback e outras experiências) fez feio. Perdeu de 2 a 1 na Coreia do Sul, caiu na primeira fase do torneio e entrou em crise logo em seguida, com direto a demissão do treinador ainda no aeroporto, ampliando o histórico ruim contra times em grande fase.
A exceção no caminho da seleção foi a Alemanha do início dos anos 1990, com quem a seleção travou três duelos amistosos equilibrados. O time de Matthaus e Klinsmann era campeão mundial e vice-europeu quando encarou o Brasil em 1992 no Beira-Rio, em Porto Alegre. Com gols de Bebeto, Luis Henrique e Jorginho, a seleção de Parreira venceu por 3 a 1.
Meses depois, novo encontro na US Cup, torneio amistoso disputado em Washington. Desta vez, o empate por 3 a 3 teve gols de Klinsmann e Careca, duas das principais estrelas das seleções. Em 1993, a Alemanha revidou com um 2 a 1 em Colônia, com Evair descontando para o time verde-amarelo.