Manifestante cai de viaduto durante protesto e fica gravemente ferido
Luiz Paulo Montes
Do UOL, em Belo Horizonte
Um manifestante caiu do viaduto José Alencar no cruzamento entre as avenidas Presidente Antônio Carlos e Antônio Abrahão Caram e se feriu gravemente, segundo informações da Polícia Militar. O ferido foi levado pelo Corpo de Bombeiros para um hospital próximo ao estádio do Mineirão. A manifestação levou cerca de 50 mil pessoas para o entorno da arena mineira e houve confronto.
O rapaz de cerca de 30 anos caiu de cabeça do viaduto e sofre um traumatismo crânioencefálico. O ferido foi resgatado com vida e levado de helicóptero para o Hospital João 23. De acordo com a assessoria de imprensa do local, o manifestante, identificado como Douglas Henrique de Oliveira Souza, tem 21 anos e passa por uma cirurgia na cabeça. O quadro de saúde é considerado muito grave. Segundo um dos bombeiros que fez o primeiro atendimento, o homem estava com exposição de massa encefálica.
Imagens da GloboNews mostraram um grupo de cerca de dez bombeiros fazendo o resgate do ferido e outros manifestantes criaram um cordão para facilitar a locomoção.
Já no ambulatório do Mineirão, foram atendidas oito pessoas, cinco delas tiveram problemas na manifestação. Foi confirmado que outra pessoa caiu do viaduto, mas teve um ferimento leve no pescoço. Outros três estão com dificuldades respiratórias por conta das bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
No mesmo momento do intervalo do jogo do Brasil contra o Uruguai, alguns manifestantes usaram as barreiras de madeira e metal e colocaram fogo no meio das ruas. Uma concessionária na avenida Antônio Carlos foi invadida, houve fogo e depredação dentro. A polícia não teve acesso a essa região ainda. Outros manifestantes tentaram impedir os atos de vandalismo.
O protesto saiu da praça Sete de Setembro e seguiu de forma pacífica pela avenida Presidente Antônio Carlos por cerca de nove quilômetros. Quando o grupo chegou ao cruzamento com a Antônio Abrahão Caram, principal acesso ao estádio, houve o primeiro confronto.
Outra parte da manifestação seguiu em frente e, no cruzamento com a avenida Santa Rosa, houve uma discussão entre os próprios ativistas. Uma parte queria voltar ao estádio e outra preferia seguir com a manifestação de forma pacífica.
O confronto foi provocado pelo grupo de vândalos, que usou pedras e garrafas para agredir os policiais, que responderam com bombas de efeito moral e balas de borracha.
Antes de qualquer confronto, a Polícia Militar de Belo Horizonte deteve 13 manifestantes. Cinco foram abordados na região da rodoviária da capital, por portar objetos perigosos. Outros oito foram presos por depredar um supermercado. As informações foram passadas pelo Tenente Coronel Alberto Luiz à reportagem do UOL Esporte.
"Nós queremos usar a palavra e evitar o confronto, mas não está adiantando. Hoje ficou claro que é uma pequena minoria, mas que está contagiando as outras pessoas. A polícia está usando os meios necessários para reagir às injustas agressões dos vândalos", disse o Tenente Coronel Alberto Luiz.
A manifestação ocorreu em grande parte de forma pacífica. Durante todo o percurso, um caminhão de som pedia que a manifestação seguisse sem atos de violência, porém, um grupo se desprendeu e soltou rojões. Foram apreendidas pedras e bolas de gude. A rua Leopoldino dos Passos também foi fechada para evitar a aproximação ao estádio.
A região foi cercada por grades para tentar colocar ordem à manifestação. A polícia também está armada com bombas de efeito moral, gás de pimenta e armas de balas de borracha. Há também postos de emergência montados no entorno do estádio para atender os feridos de um possível confronto.
O protesto começou por volta das 11h na Praça 7 de setembro, região central da capital mineira, e duas horas depois os ativistas começaram a caminhar em direção ao estádio após uma assembleia. Às 15h, o grupo já havia caminhado cerca de nove quilômetros pela avenida Presidente Antonio Carlos. ,
As ruas de acesso na chamada "área Fifa" estão cercadas por grades e até a Polícia do Exército está no local para garantir a segurança de quem pretende ir ao jogo. No total, 30 veículos (25 caminhões e 5 carros) estão parados em um estacionamento. Dois helicópteros também fazem a patrulha.
Também preocupados com a ação de vândalos, como na última manifestação no sábado, diversos estabelecimentos colocaram tapumes em suas fachadas como forma de proteção.
*Atualizado às 21h06