Estudantes tomam reitoria da UFMG contra presença da Força Nacional para jogo do Brasil
Gustavo Franceschini e Vinícius Segalla
Do UOL, em Belo Horizonte e em Fortaleza
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Marcelo Prates/Hoje em Dia/Estadão Conteúdo
Soldados da Força Nacional reforçam a segurança no entorno do Estádio Mineirão no dia 20
Os estudantes da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) ocuparam na noite desta terça-feira o prédio da reitoria da universidade, localizado no bairro da Pampulha, em Belo Horizonte, na avenida Antônio Carlos, nas imediações do estádio do Mineirão e no ponto mais crítico da rota da manifestação planejada para esta quarta-feira na capital mineira, onde está marcado para ocorrer o jogo entre Brasil e Uruguai, pelas semifinais da Copa das Confederações.
Os estudantes pretendem permanecer acampados na reitoria até, pelo menos, a noite da quarta-feira, com o objetivo de protestar contra a presença de tropas da Força Nacional, que está com 300 homens nos arredores da universidade para guardar o patrimônio do local enquanto estiver acontecendo o protesto desta quarta em Belo Horizonte.
No último sábado, enquanto Japão e México disputavam partida da Copa das Confederações no Mineirão, uma batalha campal entre polícia e manifestantes foi travada na avenida Antônio Carlos. Em determinado momento, os manifestantes passaram a vandalizar parte do campus da UFMG, arrancando a grade de segurança e utilizando mudar de árvores de um projeto de reflorestamento da universidade para montar uma barricada na avenida contra o avanço dos policiais.
No momento em que esta reportagem é publicada, a Força Nacional está do lado de fora da UFMG, aguardando ordens sobre o que fazer. Na quarta-feira, há a possibilidade de tropas do Exército Brasileiro também se deslocarem para o campus.
Problemas à vista
O comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais admitiu, em entrevista coletiva nesta terça-feira, que os manifestantes podem conseguir impedir o acesso dos torcedores ao Mineirão, para o jogo desta quarta entre Brasil e Uruguai. Segundo ele, caso a aglomeração seja muito grande, será impossível para o efetivo dispersar o grupo nas vias de acesso ao estádio.
"Havendo esse impedimento com centenas de milhares de pessoas, o evento está comprometido. Vamos privar o direito de ir e vir de mais de 60 mil pessoas. Se isso é razoável, que seja feito. É impossível uma força pública, uma força militar, atuar contra cem mil, 120 mil, 130 mil pessoas, que possam em determinado momento impedir o trânsito", disse o coronel Márcio Martins Sant'Ana.