Com "blitz", Brasil concentra faltas e chutes a gol nos primeiros 15 minutos

Paulo Passos

Do UOL, em Belo Horizonte

  • Flávio Florido/UOL

    Daniel Alves e Marchisio disputam posse de bola no início do jogo entre Brasil e Itália

    Daniel Alves e Marchisio disputam posse de bola no início do jogo entre Brasil e Itália

Foi assim nos três jogos da seleção brasileira na Copa das Confederações. Nos primeiros 15 minutos de jogo, o Brasil foi arrasador. Atacou, criou chances de gol – e fez contra Japão e México-, marcou o rival no campo de defesa e cometeu faltas quando não conseguia recuperar a bola.

A estratégia é admitida por Luiz Felipe Scolari. Jogando em casa, o time tenta usar o apoio da torcida e a empolgação dos jogadores para decidir o jogo nos primeiros minutos. Contra Japão e México a cartilha funcionou 100%, com gols aos 3 e aos 9 minutos, respectivamente.
Diante da Itália, o Brasil não conseguiu marcar gol, mas assustou os rivais, criando duas chances claras nos minutos iniciais, com Neymar e Hulk. Os jogadores brasileiros marcaram a saída de bola dos rivais, que levaram cinco minutos para conseguir chegar pela primeira vez com a bola dominada no campo de ataque.

O bloqueio acontecia muitas vezes com faltas. Só nos 15 minutos iniciais do jogo do último sábado, a seleção cometeu 9 infrações, 33% das 27 que fez durante toda a partida.

A "blitz" contra os italianos foi a mais faltosa. Nas outras partidas da primeira fase, o time de Luiz Felipe Scolari também teve o mesmo ritmo intenso no início, mas não precisou cometer tantas infrações. Contra o México e Japão foram três faltas nos primeiros 15 minutos de cada partida.

Na segunda vitória do time, diante dos mexicanos, em Fortaleza, foi quando a estratégia de Felipão mais funcionou. Além do gol de Neymar, aos 9 minutos, o time chutou outras três vezes no gol do rival, mais da metade das chances de gol, sete, que teve em toda a partida.

"Não dá para jogar 45 minutos assim", afirmou Scolari. "Num ritmo acelerado assim conseguimos jogar no máximo até 15, talvez 20 minutos. E depois, por uma questão de estratégia, o adversário joga com nove atrás e dificultam demais para a gente. Temos de trazer o rival para o nosso campo para ver se encontramos espaço", explicou.

O Brasil volta a jogar na próxima quarta-feira, contra o Uruguai, em Belo Horizonte, pela semifinal da Copa das Confederações. Se a "blitz" funcionar mais uma vez e o time vencer, a seleção enfrentará o vencedor de Espanha e Itália, no domingo, no Maracanã. A decisão de terceiro e quarto lugar acontece no sábado, na Fonte Nova, em Salvador.

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