Brasil quase dobra número de faltas para controlar a Itália em reencontro

Fernando Duarte

Do UOL, em Salvador

  • Vincenzo Pinto/AFP Photo

    Julio Cesar cumprimenta Buffon em Salvador: brasileiro teve menos trabalho desta vez

    Julio Cesar cumprimenta Buffon em Salvador: brasileiro teve menos trabalho desta vez

Numa comparação direta de desempenhos da seleção brasileira nas duas partidas feitas contra a Itália na era Luiz Felipe Scolari, duas estatísticas saltam diante dos olhos: a primeira é uma redução brutal na carga de trabalho do goleiro Julio Cesar, que de sete defesas e quatro intervenções no amistoso de março em Genebra - empate em 2 a 2 -, fez apenas uma defesa e uma intervenção em Salvador.  A segunda estatística é um aumento de ocasiões em que a Neymar & cia. cometeram faltas na ânsia de controlar a Azzurra.

De acordo com o Datafolha, a seleção brasileira cometeu 27 faltas na partida deste sábado em Salvador, contra 18 dos italianos. Um número quase duas vezes maior que a média de 14 registrada nas sete partidas da atual era Scolari que antecederam a estreia na Copa das Confederações. Levando-se em conta apenas os três jogos oficiais, a média salta para 23 (foram 16 faltas contra o Japão e 26 contra o México).

A curiosidade fica por conta do fato de que os jogadores de frente estão entre os maiores infratores. Neymar, por exemplo, cometeu 13 faltas nos três jogos, cinco a mais que Luiz Gustavo, cuja participação na marcação e defesa é muito mais exigida. Seis das faltas do atacante do Barcelona foram cometidas na Fonte Nova, uma delas no lance em que o lateral-direito italiano, Abate, acabou machucando o ombro e sendo cortado da Copa das Confederações.

"O pessoal lá da frente está cometendo mais faltas lá na frente. Isso mostra que eles estão querendo ajudar, brigar pelo time", explica o zagueiro David Luiz.

Na verdade, 17 das 27 faltas cometidas sobre os italianos tiveram como "autores" o quarteto ofensivo da seleção. Oscar, normalmente mais notado pela participação nas jogadas ofensivas, cometeu quatro, o que aumentou para nove faltas sua "conta" na Copa das Confederações. Hulk fez cinco contra os italianos e Fred, três. Em contrapartida, o zagueiro Thiago Silva saiu "zerado" e Dante fez apenas um falta.

Felipão, em sua entrevista coletiva após o jogo com a Itália, abordou especificamente o caso de Neymar, atribuindo o acúmulo de infrações ao processo de adaptação do jogador ao maior comprometimento com a recomposição tática da equipe. "O Neymar tem cometido faltas porque é franzino. Ele não tem posicionamentro para parar uma jogada como fazem os jogadores de meio. Ele ainda vai descoordenado na bola", explicou o treinador.

Mas o sinal de que a seleção também marcou melhor que em março foi o fato de a Itália ter chutado apenas 12 vezes a gol em Salvador, contra 19 em Genebra. Houve também a admissão de Cesare Prandelli de que a equipe que ele enfrentou no sábado tinha evoluído. "O Brasil veio muito forte e não nos deixou jogar no primeiro tempo. O ritmo brasileiro nos fez parecer lentos e ordinários", reclamou Prandelli.

 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos