Pela 1ª vez, Neymar é decisivo em duelo contra elite do futebol
Gustavo Franceschini
Do UOL, em Salvador
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Christophe Simon/AFP Photo
Neymar comemora após marcar de falta para o Brasil contra a Itália; camisa 10 decidiu outra vez
Unanimidade no Brasil, Neymar ainda tem muito o que provar na Europa, sua nova casa a partir do início da próxima temporada. Só que a impressão deixada após o jogo contra a Itália, pela Copa das Confederações, pode ter sido um passo para uma mudança de cenário. Pela primeira vez na carreira, o camisa 10 foi decisivo contra um gigante e ajudou o Brasil a garantir a vitória na Fonte Nova, em Salvador.
Foi de Neymar o golaço de falta que desempatou o jogo do último sábado, em Salvador, pela Copa das Confederações. A cobrança perfeita, no contrapé de Gianluigi Buffon, ajudou a decretar a terceira vitória do Brasil no torneio, sempre com um gol de agora atacante do Barcelona, que vive grande fase.
"Estou feliz por ter feito um belo gol. [A seleção] vem crescendo há um bom tempo, demonstrando bom futebol e a gente fica mais contente ainda", disse Neymar, quase sempre monossilábico em suas entrevistas, mesmo depois de ter ganho o prêmio de melhor em campo pela terceira vez.
Decidir contra grandes do futebol mundial como a Itália, no entanto, não é uma rotina na carreira do atacante. Pela seleção, até o jogo contra a Itália do último sábado, tinham sido 11 partidas contra rivais que já conquistaram a Copa do Mundo. Neymar só tinha ido às redes em três delas.
As mais recentes foram contra a Argentina, no Superclássico das Américas. Na ocasião, no entanto, nenhum dos dois times atuava com seus titulares. Desde que chegou à seleção, Neymar esteve em campo contra Alemanha, Itália, Inglaterra e França.
Fora os duelos menos badalados contra o país vizinho, o atacante só marcou um gol na derrota por 3 a 2 contra a Alemanha. Na ocasião, porém, ele fez o dele aos 47 minutos do segundo tempo, com o placar já praticamente definido.
Seu grande bom momento no Velho Continente foi na estreia, mas contra um adversário de menor porte. Em março de 2011, ele marcou os dois gols do Brasil em um amistoso contra a Escócia, em Londres. A atuação empolgou os europeus, que chegaram a compará-lo com Ronaldinho Gaúcho nos jornais do dia seguinte.
Desde então, Neymar tem sido bastante discreto. Hoje com quatro gols marcados contra gigantes, ele chega a uma média de 0,36 por confronto. Diante de qualquer tipo de adversário, o atacante soma 23 gols em 38 partidas pela seleção, com média de 0,6, quase o dobro na comparação direta.