Após um confronto entre polícia e manifestantes e ameaças de novos protestos, autoridades resolveram reforçar a segurança do Maracanã para o jogo entre Espanha e Taiti. Na tarde desta quinta-feira, mais policiais militares, agentes da Força Nacional de Segurança e até seguranças privados do metrô e trem estarão de prontidão para controlar qualquer tumulto nos arredores do estádio.

No domingo, pouco antes do primeiro jogo da Copa das Confederações no Maracanã, uma manifestação pacífica contra o aumento da tarifa de ônibus e do custo de vida no Rio de Janeiro foi reprimida pela Tropa de Choque da PM (Polícia Militar). Balas de borracha, gás de pimenta e bombas foram usadas para dispersar cerca de mil protestantes que se reuniam nos arredores do estádio. Houve tumulto na chegada e saída de torcedores.

Depois do protesto do domingo, outra grande manifestação, com mais de 100 mil pessoas, foi realizada no Rio na segunda-feira. Para esta quinta, outros três protestos já foram convocados em redes sociais e cogita-se a possibilidade de que ativistas caminhem até a área do Maracanã, mesmo após a prefeitura e o governo do Rio terem anunciado a revogação dos aumentos do transporte público.

Sabendo disso, a PM informou que haverá reforço de segurança no Maracanã antes, durante e depois do jogo. A corporação não divulgou o que efetivamente mudará de domingo para esta quinta-feira. Confirmou, entretanto, que mais homens dos que os 1,2 mil usados na estreia estarão designados para entrarem em ação caso necessário.

A Sesge (Secretaria Extraordinária para Segurança de Grandes Eventos) é um órgão do governo federal que coordena as operações de segurança na Copa das Confederações. De acordo com a secretaria, 2 mil agentes (policiais militares, policiais civis, guardas municipais e homens da Força Nacional) trabalharam no Maracanã no domingo.

Nesta quarta, o órgão disse que, a princípio, esse número não muda. No entanto, a Sesge confirmou que mais homens estarão "na reserva", prontos para agir em caso de problemas.

Parte desse reforço é formada por agentes da Força Nacional. No domingo, agentes desse grupamento de segurança federal ajudaram a coibir os protestos perto do estádio. Na terça-feira, contudo, mais homens foram enviados ao Rio pelo Ministério da Justiça. Os que chegaram ao Rio estão designados para trabalhar no Maracanã. O número não foi divulgado.

Transporte

O Metrô Rio também informou que, nesta quinta, mais seguranças que domingo trabalharão nas estações próximas ao Maracanã. No dia do último jogo, quando a repressão da polícia ao protesto começou, pessoas correram para dentro da estação São Cristóvão, que acabou fechada para evitar que o tumulto se espalhasse.

Mais seguranças também trabalharão nas estações de trem que levam ao Maracanã. A Supervia, concessionária que administra o sistema, só lembrou que o reforço não tem ligação com os protestos. Disse que, no domingo, era natural que menos pessoas estivessem trabalhando porque o número de passageiros era menor.

Além de toda a segurança ao redor do estádio, 1,2 mil seguranças contratados pelo COL (Comitê Organizador Local) trabalharão dentro do Maracanã.

Feriado parcial

A partida entre Espanha e Taiti começa às 16h. Será a única a ser realizada no Rio em dia útil. Para que a movimentação no entorno do estádio e as mudanças no trânsito não deem um "nó" na cidade, o prefeito Eduardo Paes decretou dia de ponto facultativo em órgãos públicos e determinou feriado escolar em todos os bairros próximos ao Maracanã.

Mais de 70 mil ingressos já foram vendidos pela Fifa para a partida. A prefeitura e a entidade máxima do futebol recomendam que torcedores cheguem de transporte público ao Maracanã. Que tem ingresso, não paga a passagem.