Zoação, feriado e ingressos grátis atraem público para 'pior jogo' da Confederações

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Belo Horizonte

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    Torcedores mineiros buscavam zoação e comandavam a festa de apóio ao Taiti no Mineirão na segunda

    Torcedores mineiros buscavam zoação e comandavam a festa de apóio ao Taiti no Mineirão na segunda

Após um fim de semana recheado com jogos de Brasil, Itália e Espanha ao redor do país, era difícil arranjar motivos para acompanhar com empolgação ao duelo entre Taiti e Nigéria na segunda-feira, no Mineirão, no último jogo da primeira rodada da Copa das Confederações. E se o nível técnico da partida não era dos mais convidativos, os 20.187 presentes ao estádio se sentiam atraídos de outras maneiras.

E motivos não faltaram para levar ao Mineirão aquele já é o menor público do torneio. Entre estudantes que buscavam apenas uma zoação, trabalhadores que aproveitava o ponto facultativo em Belo Horizonte e até servidores públicos que ganharam pares de ingresso, todos garantiam a curtição dentro de um estádio onde a bola rolando no gramado foi mero detalhe.

"Viemos para zoar mesmo. Sabemos que esse é o pior jogo do campeonato, mas esse era o objetivo. A Nigéria não é das maiores seleções, e o Taiti está longe de jogar um bom futebol, mas o que vale é participar. Além disso, a cidade abraçou esse time taitiano de uma maneira muito legal. Gostamos da humildade e da simplicidade. Aproveitamos e fizemos a nossa festa aqui", disse o estudante Bruno Feres, de 26 anos

Acompanhado dos amigos Gabriel, Pedro Henrique, Pedro Augusto, Caíque e Henrique, ele comandava a festa na arquibancada do Mineirão. Com os corpos pintados de vermelho, eles rodaram o anel superior do estádio incentivando a seleção taitiana.

E eles não eram os únicos. "Queríamos fazer parte desta festa de alguma maneira. O sorteio não ajudou o povo de Belo Horizonte nesta primeira rodada, mas viemos mesmo assim. Queremos brincar, zoar e participar de eventos como a Copa das Confederações", disse o empresário Weslon Costa, que assistiu ao jogo com o rosto pintado das cores da Nigéria, enquanto seu cunhado representava a torcida do Taiti.

E se alguns grupos queriam apenas zoação e festa, outros desejavam conhecer o estádio após a reforma tranquilamente. E ainda ganharam uma ajudinha do Governo para isso. Com a baixa procura por ingressos, o poder público local distribuiu centenas de entradas entre os seus servidores.

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    Welson Costa (e) aproveita o jogo entre Taiti e Nigéria para se divertir com seu cunhado

"Sempre gostamos do Mineirão e queríamos ver como ficou depois da reforma. Acho que não viríamos comprando ingresso, mas como o meu marido trabalha no Estado e ganhou, estamos aqui. É bom que aproveito o feriado e ainda dou um passeio com ele", disse a professora Rose Costa, de 49 anos, acompanhada do esposo Reinaldo Costa.

Disputa entre rivais no final
E a zoação ficou ainda maior no final do jogo. Desta vez, no entanto, o alvo das brincadeiras eram as torcidas de Atlético-MG e Cruzeiro, os dois maiores times mineiros. Com a goleada da Nigéria por 6 a 1, a parte azul de Belo Horizonte não perdoou a torcida do Galo e iniciou os gritos de "Ah, é 6 a ", lembrando de uma goleada aplicada no ano de 2011.

Em seguida, a provocação aumentou. Os cruzeirenses implicava e gritavam "A, e, i... o Galo é Taiti", irritando ainda mais os atleticanos.

E ao contrário de outras oportunidades, principalmente antes da reforma do estádio, as brincadeiras foram mantidas em um nível tranquilo e não terminaram em confusão. No fim, ambas as torcidas se uniram para reverenciar a maior razão dos gritos durante a partida: a festejada seleção do Taiti.

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    Rosa e Reinaldo aproveitaram ingressos distribuídos pelo governo de Minas para ir ao Mineirão

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