Manifestação em BH leva mais gente às ruas do que jogo no Mineirão

Bernardo Lacerda, Fernando Lacerda e Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

  • Bernardo Lacerda/UOL

     Manifestação em BH levou grande número de pessoas às ruas e houve confronto com a PM

    Manifestação em BH levou grande número de pessoas às ruas e houve confronto com a PM

O primeiro dos três jogos da Copa das Confederações realizado na capital mineira, em que a Nigéria goleou o Taiti, por 6 a 1, na tarde de segunda-feira, levou ao Mineirão 20.187 pessoas, pior público de toda a competição e menor que o número de manifestantes que lotou ruas e avenidas de Belo Horizonte.

Somente na passeata que se iniciou no começo da tarde, na Praça Sete, no centro da capital mineira, e se dirigiu até as proximidades do Mineirão, na tarde desta segunda-feira, terminando em confronto entre manifestantes e Polícia Militar, reuniu cerca de 30 mil pessoas, de acordo com avaliação da comandante de Policiamento da Capital Mineira, coronel Cláudia Romualdo.

Cinco pessoas foram detidas, segundo o coronel Alberto Luiz, assessor de comunicação da corporação, e um grande número de manifestantes foram feridos por balas de borracha, golpes de cassetete e estilhaços de bombas de gás lacrimogêneo, além de terem respirado o produto lançado pelos PMs, em mais de um momento de repressão à passeata.

O caso mais grave foi o ferimento grave em Gustavo Magalhães Justino, de 18 anos, que se atirou durante o protesto do Viaduto José Alencar, que dá acesso ao Mineirão. A Polícia Militar informou que ele teria sido empurrado durante o tumulto, mas uma testemunha disse que o companheiro se jogou ao se sentir acuado. Ele foi encaminhado ao Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova.

 

Gabriel Castro, de 32 anos, que levou dois tiros de bala de borracha durante a manifestação (na perna direita e no braço esquerdo), contou que Gustavo pulou do viaduto quando a Polícia chegou ao local. "Ele não aguentou o tanto de bombas de efeito moral e se atirou para se defender. A Polícia nos cercou mesmo a gente tentando o defender", disse.

 

E novos protestos estão marcados para a capital mineira, que ainda sediará dois jogos pela Copa dos Campeões. No próximo sábado, às 16h, se enfrentarão México e Japão, enquanto no dia 26 de junho haverá uma das semifinais do torneio. Se o Brasil terminar a fase de classificação em primeiro lugar será um dos times participantes.

Protestos em Belo Horizonte terminam em confronto entre PM e manifestantes

  • Gabriel Duarte/UOL

    Embora tenha ocorrido de forma pacífica durante boa parte do tempo, a manifestação iniciada no começo da tarde desta segunda-feira pelas ruas da capital mineira foi marcada por um tumulto generalizado, com a Polícia Militar usando bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes, que reagiram atirando pedras nos policiais. A confusão teve início ainda durante a partida entre Taiti e Nigéria, no Mineirão, pela Copa das Confederações, e continuou no início da noite. Uma pessoa ficou ferida ao cair de um viaduto e foi atendida no Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova.. De acordo com o coronel Alberto Luiz, assessor de comunicação da Polícia Militar de Minas Gerais, cinco pessoas foram detidas por causa de pichações e agressões a policiais. A PM alega que os manifestantes não respeitaram o acordo para avançar da barreira montada pelos policiais e o confronto foi inevitável. A ordem, a partir de agora, é dispersar a multidão que se localiza nas proximidades do Mineirão, local da partida.

Nesta quarta-feira, dia 20, quando o Brasil jogará diante do México, em Fortaleza, às 16h, o Comitê de Atingidos pela Copa do Mundo, juntamente com vários outros movimentos sociais, já marcaram nova manifestação. No sábado, dia 22, outro ato deverá ocorrer, mas caso o Brasil dispute uma semifinal no Mineirão aí é que o ato promete levar um número recorde de pessoas às ruas.

"A gente está reivindicando um direito que é nosso, constitucional, estamos com manifestação programada para próxima quarta-feira, dia 22 e dia 26, se o Brasil jogar a semifinal em Belo Horizonte", revelou um dos manifestantes, que se identificou apenas como Vitor.

Os manifestantes em Belo Horizonte, a exemplo das demais cidades brasileiras, usa a Copa das Confederações para ampliar o amplo leque de reivindicações, que vai de luta por redução no preço das passagens de ônibus ao fim da corrupção, passando por fim de investimentos na Copa do Mundo e aplicação do dinheiro em saúde e educação.

 

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