'Superproteção' ao prestígio de Neymar vira rotina no Brasil de Felipão

Luiz Paulo Montes e Paulo Passos

Do UOL, em Porto Alegre

  • Flavio Florido/UOL

    Neymar ainda não teve uma grande atuação na seleção brasileira sob o comando de Felipão

    Neymar ainda não teve uma grande atuação na seleção brasileira sob o comando de Felipão

Neymar ainda não conseguiu mostrar na seleção brasileira o futebol que o fez ser desejado por grandes clubes do mundo todo - e a ser contratado pelo Barcelona. Na vitória deste domingo sobre a França, por 3 a 0, o atacante mais uma vez teve uma atuação discreta, abaixo do que o torcedor espera.

Mas o rendimento do agora camisa 10 não incomoda o técnico Luiz Felipe Scolari. Sempre que questionado sobre o tema, Felipão faz questão de ressaltar a qualidade técnica de seu craque e dizer que está plenamente satisfeito com o futebol apresentado pelo jogador.

"Eu não concordo [que não foi tão bem]. E minha análise é que ele tem cumprido exatamente o que eu peço. E tem jogado de uma maneira que me deixa totalmente satisfeito", afirmou o técnico após o último amistoso do Brasil antes da Copa das Confederações.

A "defesa" ao jogador no pós-jogo não é novidade. No sábado, ao ser questionado sobre uma declaração do técnico francês Didier Deschamps de que o posicionamento de Neymar na seleção de Felipão o torna mais fácil de ser marcado, o pentacampeão mundial disse que "até como goleiro" o camisa 10 brilharia. 

"Eu ganho um craque jogando aberto, pelo meio, de goleiro. Ele é craque, ele é muito bom. [O posicionamento] Depende do momento de observar o adversário e onde o Neymar pode render mais para a equipe.  Podemos ter o Oscar pelo meio até pela qualidade dos nossos atletas, e ver onde ele pode render mais", cravou o técnico. "Acho que se colocar ele na lateral ele brilha também", brincou.

Contra a França, o camisa 10 iniciou a partida pelo lado esquerdo do ataque, mas com menos de cinco minutos foi para o lado direito. Ao longo do tempo em que esteve em campo, jogou mais uma vez centralizado, atrás de Fred.

Segundo o Datafolha, Neymar participou da partida com seis dribles (quatro certos e dois errados), 24 passes (18 certos e três errados), cinco desarmes, três faltas recebidas e quatro feitas, seis bolas perdidas e quatro finalizações erradas, mesmo número de cruzamentos errados. Ele deu ainda uma assistência, para o gol de Hernanes. No setor ofensivo, foi quem mais recebeu bolas (32), mas abaixo de Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz, Marcelo e Luiz Gustavo. 

Após o empate contra o Chile, em abril, Luiz Felipe Scolari também saiu em defesa do atacante do Barcelona, que havia tido uma atuação bastante apagada no Mineirão. Na ocasião, ele foi vaiado e até xingado de pipoqueiro por torcedores em Belo Horizonte.

"O que eu posso falar é que todo e qualquer técnico que estivesse no meu lugar estaria satisfeito com ele. Neymar é tudo o que um profissional deve ser. É exemplar e sempre está feliz. Ele é craque e está pronto para enfrentar essa situação. Tanto é craque que faz gol em qualquer jogo. É fantástico em todos os níveis", afirmou o técnico na ocasião.

Contra a França, o atacante voltou a ouvir protestos por conta de sua atuação apenas regular. Ao ser substituído por Bernard, quando a seleção já vencia o duelo, ele inicialmente ouviu uma sonora vaia na Arena Grêmio. Aos poucos, porém, a vaia foi amenizada com aplausos para entrada da jovem revelação do Atlético-MG. 

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